SOSSEGO: criação de animais também é levada como um negócio

Um sujeito multifunções. Assim pode ser definido o empresário José Carlos Macedo, 43 anos, sócio do Banco de Investimentos GC Capital, do banqueiro Geraldo Carbone, expresidente do Bank Boston. Macedo também preside a seguradora multinacional AON Affinity, em toda a América Latina. Mas a sua grande paixão está, mesmo, nos cavalos. E, como ele não faz desaforo para dinheiro, transformou um hobby num negócio auto-sustentável. Aliás, vários negócios.

Há mais de dez anos ele cria cavalos da raça puro-sangue lusitano e, há pelo menos cinco, se dedica também à criação de animais para modalidade de salto. Seu maior projeto “eqüestre” até o momento, no entanto, está na implantação de um conceito apelidado por ele de “hípica-academia”.

O modelo de negócios é semelhante ao das grandes academias do País, como Runner e Bio-ritmo, entre outras. “Fizemos alguns estudos nesse sentido e percebemos que seriam necessários alguns investimentos”, revela. Ao todo, nos últimos cinco anos, comenta Macedo, foram desembolsados mais de R$ 3 milhões. O segundo passo foi profissionalizar a gestão. Todos os funcionários são contratados, desde um administrador-geral até os funcionários de faixa salarial mais baixa. “Implementamos um plano de carreira e incentivamos o aperfeiçoamento profissional, porque assim oferecemos um serviço melhor”, diz.

Dentre os negócios da Hípica Manége Alphaville, também consta uma competição anual, considerada uma das coqueluches do meio hípico. O motivo? Uma premiação de mais de R$ 100 mil, com apoio de pesos pesados como Mitsubishi, Goodyear, Grupo Pão de Açúcar, entre outros. “Investimos mais de R$ 1 milhão este ano e tivemos resultado positivo”, comemora.

Se comparados às outras atividades de Macedo, os números de sua hípica-academia ainda são modestos. Só a AON Affinity fatura algo em torno de R$ 280 milhões por ano. Para o setor eqüestre, no entanto, o negócio é promissor. Com 200 alunos matriculados e mais 70 cavalos num sistema de pensionato, o empreendimento fatura pouco mais de R$ 1,5 milhão por ano, fora a receita do GP anual. “É um negócio totalmente sustentável e tende a crescer”, avalia.

Macedo diz que o mercado de cavalos está se profissionalizando e, no futuro, as empresas bem estruturadas terão grande vantagem competitiva no setor. “Como estou pensando nisso para o futuro, quando eu aposentar terei um negócio bem interessante em mãos”, brinca. Contudo, ele faz uma crítica: “Esse é um mercado em que a informalidade é muito grande e isso precisa acabar”, avalia. Segundo ele, seja, na criação de cavalos, seja na prestação de serviço, cada vez mais haverá menos espaço para intermediários e atravessadores. “Há uma clara tendência de se valorizar o trabalho dos criadores, que estão investindo muito e, independentemente da atividade, ou do espaço, esses cavalos precisarão de bons lugares para ficarem estabulados”, comenta. “Somos uma opção e acredito no futuro da atividade”, afirma.