Cândido: “Queremos que o nosso cliente tenha o melhor resultado financeiro possível”

Tudo em Família: a Unigeo é tocada pelos irmãos Leonardo, Leandro e Nara (da esquerda para a direita)

Tommasini: o gerente da Martinez-Conde diz que a Unigeo trouxe economia e aumento da produtividade

Em algumas das regiões mais produtivas do Brasil, como o Mato Grosso e Goiás, os custos com adubo correspondem a mais de 50% dos gastos anuais.

Historicamente, as tradings mantêm linhas de financiamento que ajudam os agricultores a girar o capital da fazenda – porém esse é um dinheiro caro e a disponibilidade de crédito na praça nem sempre é suficiente e o agricultor fica numa posição delicada: ou aduba menos e perde produtividade, ou recorre a créditos mais caros, às vezes impagáveis. “O jeito é adubar certo”, avalia o produtor Ignácio Martinez Conde Barrasa, presidente do grupo Martinez- Conde, empresário do ramo de autopeças e produtor em Mato Grosso.

 

 

 

Aernoudts: produtor de sementes em Goiás, o holandês escolheu a Unigeo pelo fato de a empresa não misturar nas análises de solo áreas de terra argilosa e arenosa

Após algumas experiências amargas e gastos desproporcionais com fertilizantes, ele decidiu que a melhor saída seria cortar custos e, para isso, teria de investir. O custo foi de uma saca por hectare, em um total de 2.342 hectares, para ter a assistência da Unigeo, uma empresa de consultoria na área de agricultura de precisão que usa o monitoramento via satélite para homogeneizar a fertilidade do solo. Em cinco anos, as 45 sacas por hectare saltaram para 65 e a redução média no gasto do adubo foi de 26%. Considerando a área total e a cotação de R$ 36 a saca de 60 quilos, Barrasa agregou nada menos que R$ 1,6 milhão em suas terras. Com um custo de R$ 240 por hectare plantado antes de promover as mudanças na gestão, o produtor gastava R$ 562 mil em adubos. Hoje, esse custo caiu para R$ 426 mil, uma economia de R$ 136 mil. Somando a economia em adubos ao aumento de produção, Barrasa está quase R$ 2 milhões mais rico nesta safra. “No primeiro ano, não investimos em maquinário, então tivemos muita mão de obra para fazer as aplicações, mas uma boa economia e aumento de produtividade”, diz Sadi Tommasini, gerente operacional do grupo Martinez-Conde.

Uma saca por hectare é o custo da Tecnologia. A grande Promessa é a fertilidade do solo

O responsável pela proeza é Leonardo Gomes Cândido, engenheiro agrônomo goiano que fundou a Unigeo. Cândido toma decisões com base nos mapas de satélites e nas análises de solo a cada dois hectares. “Nossa promessa é fertilidade, mas na prática todos os nossos clientes acabam economizando. Tem gente que economizou 50%, mas a média é 25%”, explica o goiano. “O que prometemos é fertilidade do solo e um melhor retorno financeiro, a partir de decisões tomadas com base nos mapas”, explica Cândido. “A ideia é colocar na terra apenas o que ela precisa e poupar o uso de fertilizantes, que são caros e uma matéria-prima esgotável”, diz Cândido.

Ao lado da irmã, especialista em análise de sistemas, e do irmão, um administrador convicto, ele começou a embalar uma espécie de pacote técnico-administrativo. Os detalhes são o grande diferencial da Unigeo. O mapa de textura do solo é um bom exemplo. Na hora de fazer a divisão da propriedade e análise do solo, áreas de solo argiloso não se misturam com regiões de solo arenoso. Foi este cuidado que chamou a atenção do produtor Paul Henri Aernoudts. “Eu já tive consultoria de outras empresas, mas não gostei porque elas não levavam em conta a textura do solo”, diz o produtor de sementes de soja.

Descendente de agricultores holandeses, ele veio para o Brasil com 7 anos e hoje cuida de 14 mil hectares distribuídos em duas propriedades, uma em Mato Grosso e outra em Goiás.

“Eu já conhecia o trabalho da Unigeo, mas decidi procurá-los em 2008 por causa do boom dos fertilizantes. Com a economia em adubos, paguei o serviço e ainda sobrou dinheiro para investir em maquinário”, diz Aernoudts.

O trabalho da empresa começa com a medição da propriedade por GPS. Na sequência, é feito o mapa de uso da terra, que diz onde fica a sede da fazenda, quais são as áreas agricultáveis, onde está a mata nativa, quantos hectares tem cada talhão, qual a variedade de soja plantada em cada um. Com estes dados, mais informações de altimetria do terreno, os técnicos dividem a fazenda para coleta de terra e análise do solo. O próximo passo é o mapa da produtividade obtido ao confrontar as informações de crescimento vegetativo dos satélites com os dados das colheitadeiras. Com estas informações em mãos, Cândido vai até o produtor. “Há áreas em que o satélite apontou um baixo crescimento vegetativo. Eu mostro ao agricultor e pergunto o histórico do local. Muitas vezes, não é problema no solo, mas falha na plantadeira que não jogou semente”, diz Cândido. Mas, se o fazendeiro disser que aquele talhão sempre teve baixa produtividade, os técnicos diminuem a área de amostragem das análises até identificar qual a deficiência do solo naquela mancha.

“Queremos resultados melhores para o produtor, e se as contas de sua fazenda estiverem sadias, essa será a nossa maior propaganda”, diz.