09/11/2015 - 13:44
Empresa fundada há 160 anos na Itália e atividades em mais de 60 países, a Silvateam intensifica sua atuação no Brasil com os taninos, que podem ser grandes aliados no ganho de peso animal e no controle dos gases poluentes gerados pela agropecuária. A inclusão dos taninos na dieta animal foi recomendada pela FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – como uma das estratégias disponíveis para a redução de gás metano em ruminantes.
O alerta se agrava depois da divulgação de um relatório geral de síntese mundial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), onde os especialistas afirmam que as emissões dos três principais gases que provocam o efeito estufa estão em seu maior nível em 800 mil anos.
Segundo o diretor da entidade a Terra caminha atualmente para um aumento de pelo menos 4ºC até 2100 na comparação com nível da era pré-industrial, o que provocará grandes secas, inundações, aumento do nível do mar e extinção de muitas espécies, além de fome, populações deslocadas e conflitos potenciais.
“A justificativa científica para dar prioridade a uma ação contra a mudança climática é mais clara que nunca”, disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri. Para evitar a catástrofe as emissões deveriam cair entre 40 e 70% em nível global entre 2010 e 2050, e cair a zero até 2100.
Um importante aliado, já utilizado em toda Europa são os taninos, que atuam sobre as enzimas e bactérias que geram tanto o gás metano como o amônia em ruminantes. Segundo o CEO da Silvateam para a Améria Latina, Michele Battaglia, a inclusão de tanino na dieta reduz o excesso de amônia no rúmen de 20% a 30%. Já a diminuição do metano lançado na atmosfera pelo animal pode chegar em até 35%. “Trata-se de uma estratégia importante não só para a melhora da produtividade, mas também do meio ambiente”, avalia.
O assunto é tão relevante, salienta Battaglia, que em dezembro deste ano acontece em Paris, na França, a Cop21, um fórum de inovação sustentável promovido pelas Nações Unidas, dedicado exclusivamente para temas relativos à redução de emissão de gases poluentes na atmosfera.
Produtividade e sanidade
A Silvateam pesquisa os taninos na alimentação e nutrição animal desde a década de 1960 com estudos na França, Itália e Espanha. Nas américas, possui um avançado centro de pesquisa na Argentina. Os experimentos iniciaram sobre a ação dos taninos em ruminantes, baseados principalmente na performance produtiva.
“Com o melhoramento dos métodos de pesquisas entendemos os efeitos dos taninos sobre a microbiota intestinal dos monogástricos e ruminantes”, afirma Battaglia. “Os taninos possuem um efeito regulador sobre os patógenos, deixando uma ótima flora intestinal que favorece o desenvolvimento saudável do animal”, conclui.
Os taninos também são importantes aliados no controle de doenças e podem ser alternativa para a racionalização do uso de antibióticos. Este movimento já iniciou na Europa e tais produtos, no futuro, podem até ser banidos.
“A resistência bacteriana ao antibiótico é um dos temas mais importantes da humanidade. Não tenho dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, esta regulação vai chegar em todas as partes do mundo”, acredita Battaglia. “Como a ciência diz que já não são tão efetivos, temos que buscar alternativas na nutrição, nos aditivos usados e na forma de manejar os animais”.
Tudo isso, acredita Battaglia, depende primeiro da mudança de paradigmas. “Depois de tantos anos usando antibióticos, não é algo que se muda do dia pra noite. Porém existe uma forte tendência do mercado consumidor, de maneira global, exigindo a redução do uso de antibióticos. Acredito que estas exigências vão provocar os produtores e técnicos a buscarem alternativas e novos conceitos naturais para nutrição e criação de animais, como o uso dos taninos”.
O C.O. vê estas mudanças como positivas. “Vai ser mais sustentável, melhorar a produtividade, mais amigável com o meio ambiente e a humanidade poderá desenvolver-se em um ambiente mais seguro”, acredita.
Por muito tempo, os taninos – compostos polifenólicos de origem vegetal – foram classificados como compostos anti-nutricionais. Conforme o (função…) da Silvateam, Pablo Lencioni, este paradigma está muito ligado ao tanino do sorgo, que funciona como uma armadura para proteger o grão das ameaças.
“O complexo tanino-proteína no sorgo é muito forte, muito estável e não pode ser dissociado pelas enzimas digestivas. Isso não acontece com outros tipos de taninos”, explica. Os taninos selecionados para obter efeitos positivos, afirma Lencioni, são aqueles que formam complexos reversíveis e que podem deixar a proteína no intestino para ser absorvida.
Em ruminantes, existem vários estudos conduzidos nas mais renomadas universidade, onde demonstram melhora na eficiência do uso da proteína dietética, ocasionando melhores ganhos de peso e produção de leite. Outro fator, é que os taninos tem demonstrado um potente modificador ruminal, melhorando o pH ruminal, e principalmente reduzindo a produção de metano, oque melhora a eficiência energética do animal. Para serem incorporados na dieta os taninos são misturados os núcleo vitamínico. Fonte: Ascom