Um País repleto de contrastes e paradoxos, o Brasil nem sempre reconhece suas diversas realidades. Cada vez mais urbano nas estatísticas demográficas – segundo o último censo, 75% da população vive nas cidades –, revela-se cada vez mais rural nos feitos econômicos – o agronegócio responde por 23% do nosso PIB, é responsável por 37% de nossas exportações e é origem de algumas das mais arrojadas multinacionais brasileiras. Nos últimos nove anos, uma das missões da DINHEIRO RURAL foi aproximar essas duas realidades. A revista plantou, nas bancas de jornais de todo o território nacional, a semente da informação sobre as transformações que os empresários do campo vêm produzindo em seus negócios e, consequentemente, na economia brasileira. Agora, ao entrar em seu décimo ano de vida, foi colher junto a quatro profissionais essencialmente urbanos suas impressões sobre o agronegócio.

O elenco escolhido pela DINHEIRO RURAL é tão diversificado quanto o Brasil e faz parte da elite de suas categorias, com renome internacional. A eles foi proposto apenas o tema, mas com absoluta liberdade de abordagem e na linguagem a ser utilizada. Assim, o cartunista Maurício de Souza, criador da Turma da Mônica, produziu especialmente para esta edição uma história com uma visão moderna de seu personagem mais identificado com o campo, o Chico Bento. Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, escreveu um artigo em que demonstra como um urbanista pode semear avanços também no cenário rural. Alberto Hiar, o Turco Loco, dono da Cavalera – a inovadora grife que se tornou cultuada por uma série de tribos – desenhou uma estampa para uma camiseta (puro algodão nacional, é claro) que poderia levar a produção agropecuária para as baladas das cidades. Possivelmente seria usada pelo rapper Emicida, músico e empresário que amplifica a voz das periferias e a expressa também aqui nestas páginas. Por meio deles, DINHEIRO RURAL celebra seu nono aniversário prestando  uma homenagem a todos os que produzem o melhor do Brasil.