Os jogos online que simulam plantações agrícolas viraram febre na internet. Neles, basta um clique para que cada jogador se sinta um verdadeiro fazendeiro, podendo plantar, colher e comercializar sua produção. Os produtores e sócios Wilson Ullmann e Paulo Grechi também decidiram administrar sua fazenda, localizada em Balsas (MA), da frente de um computador. Na tela da máquina, eles acompanham todo o andamento da sua safra, a produtividade da lavoura, os custos e uma infinidade de dados que os ajudam a tocar os 4,6 mil hectares da propriedade, onde produzem milho, soja e algodão. Mas, nesse caso, não se trata de nenhuma brincadeira e o que está em jogo não são pontos, e sim a lucratividade do negócio. Os produtores aderiram aos sistemas informatizados de gestão para ter sua fazenda sob controle. São programas que gerenciam desde aspectos de produção, como uso de insumos, períodos de colheitas, etc., passando por controle de manutenção de maquinário, até o controle orçamentário e fluxo de caixa. “Quando decidimos profissionalizar nossa propriedade, vimos que tínhamos que ter um gerenciamento mais eficaz e esses programas permitem isso”, explica Wilson Ullman, cuja família planta na região há mais de 20 anos.

 

 

 

 

Desde 2006, eles investiram R$ 300 mil para implantar o sistema, que controla todas as operações da propriedade. “A gestão é realizada através de informações fornecidas ao sistema, possibilitando saber o custo real de cada talhão da empresa, de acordo com suas particularidades. Isso possibilita uma grande redução de custos”, explica o analista de sistemas da fazenda, Jadson Cassol. “A grande vantagem é que todos os sistemas estão interligados. Dessa forma, quando preciso fazer um plantio, sei a quantidade de insumo necessária, os maquinários que deverão estar disponíveis, a mão de obra e o orçamento que a operação necessitará”, pondera Cassol.

Segundo o diretor comercial da Biosalc, empresa responsável por desenvolver o sistema, Sidnei De Sicco, o uso dessas ferramentas proporciona uma redução de custos de até 30%. “Isso serve para todos os produtores. Independentemente do tamanho, todos podem se beneficiar dessa tecnologia. O investimento pode variar de R$ 10 mil a R$ 1 milhão. Tudo vai depender da necessidade e do porte da fazenda.”

Mesmo sem quantificar a redução de custo que o sistema proporcionou, Cassol garante que o investimento na ferramenta valeu a pena. “Antes tínhamos apenas um custo total de manutenção de máquinas. Hoje conseguimos saber o custo de cada trator, colheitadeira, etc. Com isso, sabemos quanto cada máquina está nos custando, e se é a hora de substituí-la ou não.”