O Brasil contará com um time reforçado para negociações no mercado internacional a partir de 1º de junho. Isso graças aos adidos agrícolas, um grupo de oito profissionais de carreira do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) composto por especialistas nas áreas ligadas ao agronegócio, incluindo um profissional da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e outro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “A criação do cargo era um desejo antigo das lideranças do agronegócio brasileiro”, explica Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do Agronegócio no ministério.

O grupo passou por um período de treinamento que incluiu uma série de visitas às entidades de classe exportadoras e fazendas, a fim de conhecer ainda mais sobre a realidade do setor no Brasil.

A nomeação desses profissionais acontece num momento em que o País busca fortalecimento nos mercados nos quais já atua e abertura de novas portas aos seus produtos. Por isso, as entidades do setor enxergam excelentes perspectivas, como explica Roberto Gianetti, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec).

“Os adidos levarão mais confiança para os países, o que deve gerar novas possibilidades”, avalia. O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e só no ano passado enviou para fora mais de 1,245 milhão de toneladas.

Outro setor que também comemora é o de algodão, que acabou de conquistar avanços na negociação sobre barreiras protecionistas com os Estados Unidos junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). “No nosso caso é uma questão de trabalhar melhor o diálogo com os mercados, algo que acreditamos que os adidos farão com eficiência”, pondera Haroldo Cunha, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

E é bom que o investimento traga resultados. Segundo cálculos do Mapa, o custo para manter a equipe ficará em torno de R$ 1,3 milhão ao ano, incluindo custos de viagens, reuniões, salários e despesas pessoais. Os maiores desafios a serem enfrentados estão no segmento de produtos de origem animal. É um dos setores que deve ser bastante trabalhado”, explica Porto. Gianetti comemora: “É uma ótima utilização de especialistas a serviço do agronegócio brasileiro”.

Desafios: além da abertura de novos mercados, os adidos deverão negociar melhores condições para os produtos brasileiros