As cooperativas são em sua origem, em sua natureza e em sua essência organizações democráticas, controladas por seus membros que participam ativamente na formulação de suas políticas e na tomada de decisões. A lei federal que rege o cooperativismo brasileiro definiu estruturas internas que corporificam a gestão democrática – como a assembleia geral, o conselho de administração e o conselho fiscal – e valorizam as decisões coletivas.

Esses órgãos colegiados devem atuar de tal forma que não prejudiquem a agilidade que o processo decisório requer para a eficiência da gestão. Decisões colegiadas não significam decisões lentas, tardias ou procrastinadas, mas, sim, decisões responsáveis, coerentes e embasadas em fatos e dados da realidade circundante.

A autogestão de uma cooperativa é, basicamente, um exercício permanente de democracia. No cumprimento desse propósito, os conselheiros dão ao princípio de gestão democrática, um dos mais caros do cooperativismo mundial, o significado que nos distingue das demais organizações humanas. Por isso, rendo a esses conselheiros o eterno reconhecimento e a profunda gratidão porque, o serviço que prestam à sociedade catarinense representa o cumprimento de norma pétrea e basilar para esse sistema econômico que se funda na cooperação e é considerado uma das maiores conquistas da civilização.

Estou convicto de que nesses 45 anos de cooperativismo barriga-verde que se comemora em 2016,  a Ocesc fomentou a cooperação e, através dela, o desenvolvimento da sociedade catarinense.  Hoje, mais da metade da população de SC está vinculada às cooperativas. Em Santa Catarina, cooperativismo significa trabalho, renda e futuro.

Os conselheiros e dirigentes atuam na defesa técnica e política do sistema Cooperativista e mantêm intenso relacionamento com o Governo federal, através dos diferentes Ministérios, e com o Congresso Nacional, além do governo do Estado e a Assembleia Legislativa. Buscamos legitimamente, nessa atividade, a elaboração e promulgação de leis em defesa do setor, a aprovação de políticas de fortalecimento e dinamização do cooperativismo em todos os seus ramos, como a recente Lei Estadual do Cooperativismo Barriga-Verde.

Conselheiros e dirigentes têm outro importante ambiente para o exercício da democracia: é o Fórum de Dirigentes de Cooperativas que criamos nos últimos anos para discutir questões estratégicas como a intercooperação, a representação política do sistema e as tendências econômicas e políticas do novo século. Dali emergiram novas interpretações da nossa atualidade com seus desafios e oportunidades. São essas características que nos diferenciam das empresas mercantis, com as quais disputamos os mercados nacional e internacional.