O frango criado no Brasil é um item raro no cardápio da Indonésia, maior nação mulçumana do mundo, embora o País seja o maior criador e exportador global de aves abatidas no sistema halal. São 1,8 milhão de toneladas vendidas, por ano. Para acessar o mercado asiático, depois de anos de conversa amigável,
o Brasil tomou uma medida drástica: está entrando com um painel de contestação na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A primeira reunião, de uma briga que pode ser longa, aconteceu no final do mês passado.

ESTRANGEIROS
Terra à vista

No mês passado, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) conseguiu colocar na pauta de votações da Câmara dos Deputados mais um projeto de lei que permite às empresas estrangeiras adquirir terras no País. O assunto entrou em discussão em regime de urgência, masnão faltam divergências. Até agora, a Advocacia Geral da União, a Casa Civil, o Incra e o Ministério da Justiça têm batido de frente com a PFA, que defende a abertura do mercado de terras.

SOJA
Semente à prova de seca

A Argentina saiu na frente, mais uma vez. O governo da presidente Cristina Kirchner autorizou a produção de sementes da primeira soja transgênica tolerante à seca do mundo. Os cientistas conseguiram transferir para a soja um gene do girassol, planta mais resistente às intempéries. A previsão é de que o comércio dessas sementes comece na safra 2016/2017.

CAFÉ
Sem voz no mundo

O Brasil, maior produtor mundial de café, está com a ficha suja na Organização Internacional do Café (OIC), órgão com sede em Londres, que representa 77 países. Por causa de uma dívida de R$ 2,3 milhões, em taxas que deveriam ter sido pagas pelo governo federal, o País não poderá participar de nenhuma votação ou comitê, em 2016. A decisão da OIC foi uma tragédia anunciada. No início de outubro, o governo correu para pagar parte da dívida, R$ 1,7 milhão, mas não houve tempo de reverter a decisão.

FRUTICULTURA
Maçã da discórdia

Os produtores que cultivam maçã no Sul do País e suas entidades de classe estão pressionando o governo federal para que o mercado não seja aberto aos chineses. O país asiático, maior produtor mundial da fruta, com 40 milhões de toneladas anuais, tem sinalizado que só vai concretizar alguns acordos já programados, caso o Brasil compre parte de suas maçãs. Hoje, o País importa apenas 9% da fruta que consome e, segundo os produtores, essa falta pode ser suprida nos mercados vizinhos.