No dia 14 de junho, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), anunciou o primeiro levantamento de produção da safra 2012/2013, que começou a ser colhida em abril e deve terminar em novembro. A previsão inicial da Unica era de crescimento do volume de cana colhida em relação a 2011, mas, o que de fato aconteceu foi queda de produção logo na largada, algo que não era esperado pelos agricultores. “Acredi-távamos que o aumento do índice de renovação dos canaviais e a redução dos efeitos do La Niña, que no ano passado provocou seca, melhorariam o desempenho do setor”, afirma Sérgio Prado, representante da Unica em Ribeirão Preto, no interior paulista, um dos principais polos canavieiros do País. Segundo Prado, foi o pior volume colhido das últimas quatro safras.

Entre abril e maio foram colhidas 70,7 milhões de toneladas de cana, volume 29,5% inferior às 100 milhões de toneladas obtidas no mesmo período do ano passado. O anúncio da expectativa de aumento da produção, e a confirmação de sua queda, é uma história que pode se repetir no País, pelo terceiro ano consecutivo. No ano passado, apesar do recuo na colheita do primeiro trimestre, a Unica manteve durante todo o ano a estimativa de aumento da produção total da safra, o que não se confirmou. Esperava-se, em termos de toneladas, colher 568 milhões, que acabaram reduzidas a apenas 493 milhões. O mesmo aconteceu na safra 2010/2011: a previsão inicial de 595 milhões, não se manteve, e o setor colheu apenas 555 milhões.

Na colheita realizada até Maio deste ano, mais uma vez, a Unica, tentou minimizar o mau desempenho do início da safra da cana, atribuindo o problema ao clima chuvoso e ao atraso na intensificação da colheita, fatores que poderão ser revertidos mais adiante. “As chuvas atrapalharam a colheita, num primeiro momento”, diz Prado. “No entanto, elas podem ajudar no desenvolvimento das plantas mais tardias.”

Por esse motivo, a Unica mantém sua estimativa inicial de 509 milhões de toneladas para o ano. A produção de ATR dos canaviais, que é a quantidade de açúcar presente na cana, também provocou desconforto. No acumulado do ano, até maio, foram extraídas 8,1 milhões de toneladas de ATR, enquanto na safra anterior o montante no período superou 11 milhões de toneladas. “O clima úmido também dificulta a produção de açúcar”, diz Antônio de Pádua Rodrigues, presidente interino da Unica. “Não há o que fazer.”