Força produtiva: Massey Fergusson e Valtra já se consolidaram em solo brasileiro e respondem por mais de 40% do mercado

Todos os anos, o alemão Martin Richenhagen, presidente global da AGCO Company, dona das marcas Massey Fergusson, Valtra, Challenger e Fendt, vem ao Brasil para avaliar o desenvolvimento dos negócios da companhia em solo tupiniquim e as oportunidades de mercado para toda a América do Sul. Neste ano, ele olha sorridente para os resultados que o grupo obteve por aqui no último trimestre. Enquanto nos Estados Unidos as vendas cresceram 5% do ano passado para cá e na Europa caíram 20%, as vendas do grupo no Brasil dispararam e apresentaram crescimento de 25%. “O Brasil é um mercado importante para nós e tem grande potencial para o futuro”, explica o executivo. Questionado em 2009, um aumento de 28,7%. “É o melhor volume de vendas dos últimos 30 anos”, comemora Milton Rego, vice-presidente da entidade.

* de janeiro a outubro Fonte: AGCO Company e Anfavea

E é justamente esse crescimento que vem fazendo a AGCO olhar atentamente para o Brasil, pelo menos nos últimos cinco anos. De olho no potencial do mercado, o grupo acaba de anunciar investimentos de US$ 25 milhões na ampliação e modernização da fábrica de Santa Rosa (RS), cujo valor total deve chegar aos US$ 55 milhões em cinco anos. “Será nosso principal investimento no País em 2011” explica André Carioba, vice-presidente da AGCO América do Sul. Esse valor faz parte dos US$ 300 milhões que o grupo investe anualmente em estrutura e fábricas em todo o mundo, dos quais 30%, algo em torno de US$ 90 milhões são destinados para a América do Sul – a maior parte para o Brasil. Entre os fatores que vêm contribuindo para o crescimento do setor por aqui está o papel de destaque do País na produção de biocombustíveis. Tanto que a empresa vem desenvolvendo exclusivamente para o mercado brasileiro um modelo de trator com motor flex, apto para funcionar com etanol, e colheitadeira autopropelida para lavouras de cana-de-açúcar. “É o País que lidera a pesquisa, produção e o desenvolvimento desse combustível, então, nada melhor do que ter máquinas para atender a esse setor do agronegócio”, explica Richenhagen. Para Rego, outra contribuição importante para o reaquecimento do setor foi o lançamento de programas de crédito, especialmente o Mais Alimentos, voltado para os pequenos produtores. “Só esse programa ajudou a aumentar em 25 mil o número de tratores vendidos no ano passado”, contabiliza.

“30% dos nossos investimentos globais são destinados

para a América do Sul”

Martin Richenhagen presidente global da AGCO

Além do Brasil, a empresa também planeja novos negócios na China, onde o grupo abriu uma fábrica neste ano e tem um projeto de investimentos em três etapas, incluindo a fábrica de componentes, a construção e integração de uma linha de montagem, além da fábrica para produção de colheitadeiras. “Devemos investir entre US$ 300 milhões e US$ 350 milhões na China nos próximos cinco anos”, revela Richenhagen. A Valtra já se consolidou como líder na importação de tratores de alta potência vindos da Finlândia para o mercado chinês e a meta agora é consolidar a AGCO como grande fabricante. Dentro dos planos de investimentos, os executivos revelam o interesse também pela África, onde, segundo Richenhagen, o grupo responde por 30% do mercado e há grande potencial a ser desenvolvido, algo que os concorrentes ainda não perceberam. “Queremos ajuda-los no processo de mecanização que tornará o continente mais autosuficiente”, finaliza o CEO.