O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Benedito Gonçalves, abriu na quinta-feira, 13, um procedimento para investigar suposta ligação entre o magistrado Maurício César Breda Filho, membro substituto do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL), e o governador afastado do estado, Paulo Dantas (MDB).

A decisão atendeu a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que apoia a eleição do adversário de Dantas na disputa pelo governo de Alagoas, Rodrigo Cunha (União Brasil). Lira alega que o juiz teria agido para favorecer Dantas e o senador eleito Renan Filho (MDB-AL). Ambos são apoiados pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), com quem Lira trocou acusações no Twitter nesta semana.

O presidente da Câmara sustenta que Breda Filho foi nomeado presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública de Alagoas (Conseg-AL) por Dantas e, apesar de licenciado do cargo, tem “inequívoca vinculação próxima” ao governador. Também argumenta que o juiz tomou decisões “mais benéficas” à coligação que apoia a reeleição de Dantas do que à coligação integrada pelo PP, que apoia a eleição de Cunha.

Na decisão, o corregedor disse ver os elementos necessários para abrir o processo “sem que se faça juízo prévio de mérito a respeito das alegações”. O ministro apontou que, “ainda que o reclamado esteja licenciado, há indícios de que está, ou ao menos esteve, vinculado ao gabinete do Governador de Alagoas, cujo atual incumbente disputa a reeleição”.

Dantas é investigado sob suspeita de operar um esquema de desvio de salários de funcionários parlamentares, a chamada “rachadinha”, quando era deputado estadual. O governador nega irregularidades e diz que o inquérito tem motivação política para atingir sua candidatura. Ele foi o mais votado no primeiro turno e segue líder nas pesquisas de intenção de voto.