Para conquistar o posto de um dos mais importantes produtores de proteína animal no mundo, o Brasil passou por um processo de décadas de investimento em tecnologia, que resultou em maiores produtividade e qualidade do produto, tornando-o competitivo e possibilitando ao País alcançar mais de 150 países.

Isso só foi possível porque a pecuária construiu uma sólida estrutura de prevenção e de controle sanitários. No caso da bovinocultura, campanhas de vacinação contra a febre aftosa, a raiva e a brucelose, e o controle da tuberculose bovina, de carrapatos, da mosca-dos-chifres e de outras parasitoses passaram a fazer parte do manejo sanitário do rebanho quem en 2020 ultrapassou as 210 milhões de cabeças, segundo dados do Instituot Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Em 2023, teremos a possibilidade de elevar ainda mais esse status e de abrir portas à exportação, com o reconhecimento e a certificação de que o País é livre de febre aftosa sem vacinação.

Ainda que tenha sido uma jornada cheia de conquistas até aqui, é certo que, para que a pecuária bovina chegue ao elevado nível das agroindústrias avícola e suína, há ainda um longo caminho a percorrer e boas oportunidades a serem alcançadas, a fim de que tornemos essa atividade cada vez mais profissional.

Luis Xavier Rojas, Diretor-presidente da Zoetis no Brasil* (Crédito:Divulgação)

Temos aqui todas as condições para atender à crescente demanda mundial de proteína animal – bom clima, área, infraestrutura, mão de obra – e muito potencial para desenvolvimento e aperfeiçoamento. Por essa conjuntura e pelo nosso protagonismo, é natural que os olhos do mundo estejam voltados para cá e para todos os aspectos que possam influenciar positiva e negativamente o papel do Brasil de provedor de alimentos global.

Falando como líder no Brasil da maior empresa global de saúde animal, posso dizer que, em comparação a outros países, o investimento do País em sanidade e bem-estar pode e deve ser melhorado.

Por termos grandes vantagens competitivas, outros países podem usar esses gargalos referentes à saúde e ao bem-estar como barreiras para o nosso produto. Por isso, o trabalho deve ser constante e da cadeia para que possamos nos antecipar a essa possibilidade.

Podemos avançar muito ainda no cuidado com os animais – além do tratamento de verminoses, o uso responsável de antimicrobianos, programas de nutrição bem planejado, um calendário vacinal, o manejo correto da pastagem ou a utilização de tecnologias simples e acessíveis na área reprodutiva, como inseminação artificial e genética, são algumas medidas a serem aprimoradas e implementadas como um sistema integrado para a melhoria contínua do processo produtivo, assegurando ao consumidor o fornecimento de alimentos seguros e sustentáveis.

Não há espaço para falhas muito menos para retrocessos. O setor passa por constante evolução, numa busca incessante por mais eficiência na produção. Estar sempre alinhado aos princípios de bem-estar animal, à segurança de seus protocolos sanitários e também atento às melhores práticas de manejo e de gestão são requisitos obrigatórios, não só para atender aos anseios da sociedade quanto à incorporação de critérios de sustentabilidade à produção, como também para continuarmos no caminho de excelência que estamos trilhando.

Acredito que o trabalho com diretrizes claras e fundamentadas, o compartilhamento de boas práticas no campo, a troca de experiências e de modelos de negócio, além do investimento no desenvolvimento contínuo de mão de obra irão qualificar e dar ainda mais visibilidade à pecuária brasileira nos próximos anos.