O entusiasmo do setor de máquinas e implementos agrícolas continua nos mesmos níveis do ano passado. Isso porque, segundo Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas, da Abimaq, o agricultor brasileiro já se convenceu de que a mecanização aumenta a produtividade e, consequentemente, o seu rendimento. “Os investimentos na produção agropecuária devem continuar neste ano, além da facilidade de crédito e dos incentivos à agricultura familiar”, diz Casale. Outro ponto positivo para o segmento em 2013, ainda de acordo com o presidente da Câmara Setorial, são as taxas de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) Finame. Trata-se de uma linha de crédito subsidiado pelo BNDES, que financia a compra de veículos automotores, inclusive máquinas agrícolas, com juros mais baixos. Para este ano, o setor conta com taxa de 3%, no primeiro semestre, e 3,5% no segundo semestre. Além de máquinas e equipamentos agrícolas, entram no pacote peças e componentes de fabricação nacional. O volume de recursos à disposição do PSI é de R$ 100 bilhões. “Essa é uma ferramenta importante para estimular ainda mais a modernização e a renovação da frota agrícola do País”, afirma Casale. Com isso, o setor aposta em um crescimento de no mínimo 10%, em 2013.

Por outro lado, para que esse crescimento se concretize, é necessário que os investimentos em infraestrutura previstos pelo governo federal também sejam realizados. “Precisamos que o PIB aumente em 2013”, diz Casale. “Só assim teremos tranquilidade.” Para ele, o aumento das importações, que no acumulado de janeiro a outubro de 2012 foi de 23%, e o recuo de 11% nas exportações são indicativos de que é preciso buscar ainda parcerias para modernizar os processos produtivos, sempre de olho no ganho de competitividade. Isso, no mercado interno e externo. No ano passado, foram comercializadas, no País, 63,7 mil máquinas agrícolas, e exportadas 15,4 mil unidades, num valor total de vendas de cerca de R$ 10 bilhões. Trata-se de um crescimento de 12%, na comparação com 2011.

Segundo André Muller Carioba, vice-presidente da fabricante de máquinas agrícolas AGCO, na América do Sul, os últimos dois anos foram positivos para a indústria, mesmo com o crescimento das importações. “Com a evolução cambial, as importações de máquinas devem sofrer mais neste ano”, diz Carioba. “Já as exportações estão se recuperando.” O Paraguai e o Chile, por exemplo, que sofreram com a seca na safra 2011/2012, certamente devem recuperar o ritmo da produção em 2013. “Enquanto isso, a Venezuela, o Peru e a Colômbia garantiram as exportações do País, no ano passado”, diz Carioba. Otimista quanto ao comportamento da demanda de maquinaria, Carioba aposta no crescimento das vendas de colhedoras e tratores para transbordo, para o setor sucroalcooleiro, nos próximos três anos. “Sem contar que o desempenho dos consórcios de máquinas também segue em ritmo acelerado”, diz.

Uma pesquisa da Associação das Administradoras de Consórcios (Abac) registrou, no ano passado, que a aquisição de máquinas e implementos agrícolas representou 35% dos 196,5 mil consorciados de veículos registrados no País. Dos 96 mil consorciados com interesses no agronegócio, 73,1% são produtores rurais e 26,9% pessoas jurídicas. Os créditos variaram entre R$ 7,5 mil e R$ 1,15 milhão.