Após a decisão do Banco Central em manter a Selic em 13,75%, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) divulgou uma nota afirmando que entende que a autoridade monetária precisa reduzir a taxa. “Os juros altos são entraves ao desenvolvimento econômico do Brasil e podem prejudicar a geração futura de emprego”, argumentou a representante das incorporadoras.

A Abrainc ressaltou que os financiamentos habitacionais de médio e alto padrão são os mais impactados com a Selic. Neles, a taxa de financiamento habitacional do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) ainda segue em valores inferiores ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Todavia, o setor considera que seria relevante que o Banco Central já adotasse medidas que aumentem a oferta de funding ao setor. Uma possível medida, para manter o crédito habitacional em patamar similar ao de 2022, seria o aumento no porcentual de recursos da poupança, que é direcionado obrigatoriamente ao financiamento de imóveis – dos atuais 65% para 70%.

Outras medidas defendidas pela associação para preservar o crescimento do setor nesse ambiente de alta na Selic seria a dedução dos juros de crédito imobiliário no imposto de renda e a elevação do teto para que quem usar o FGTS na compra de um imóvel – atualmente esse valor está em RS 1,5 milhão.

A Abrainc ponderou ainda que a principal fonte de financiamento para compradores de imóveis de baixa renda é o FGTS, que não é influenciado pela Selic. Dessa forma, com a implantação do novo Minha Casa, Minha Vida há boas perspectivas de aumento de produção para esse segmento.