13/07/2020 - 10:08
Representantes de academias de São Paulo comemoraram a decisão do prefeito Bruno Covas (PSDB) de autorizar a retomada parcial das atividades a partir desta segunda-feira, 13, mas reclamam do limite de abertura de seis horas por dia. Entre os argumentos, o setor alega desde o modelo econômico “pouco atrativo” a até risco maior de haver aglomeração.
De acordo com o protocolo assinado por Covas, as academias poderão reabrir com até 30% da capacidade e com os alunos fazendo agendamento prévio. Os locais também precisam adotar uma série de outras medidas contra o coronavírus, incluindo restrição para uso de bebedouros e vestiários, higienização de aparelhos, no mínimo, a cada duas horas e distância mínima de dois metros entre as pessoas nas salas de treino.
As academias vão medir a temperatura dos alunos e funcionários antes da entrada e também investigar o histórico de covid-19, com os frequentadores tendo de responder a uma série de perguntas antes de entrar. O objetivo é evitar o ingresso de pessoas infectadas ou que tiveram contato com doentes recentemente.
Diretor de Operações da Just Fit, Paulo Rebello afirma que as unidades da rede já vão reabrir nesta segunda-feira. Segundo relata, o grupo estudava protocolos aplicados no Brasil e no exterior há 45 dias e fez estoque de insumos de higiene para se precaver contra possíveis “sumiços” de produtos no mercado.
“Nós estamos preparados para reabrir com segurança. Com a limitação de 30% da capacidade máxima, teremos entre 70 a 80 pessoas por hora treinando. Em geral, as nossas unidades têm 1 mil m², então há tranquilidade para evitar aglomeração”, diz Rebello. “O setor foi um dos mais prejudicados pela pandemia e passou quatro meses fechado. O único problema é que abrir seis horas por dia não é interessante do ponto de vista econômico, então seria interessante poder trabalhar dentro do horário normal.”
Já Filippe Savoia, CEO da Bluefit, diz que com horários estendidos seria mais fácil evitar aglomerações. “Estamos de acordo com as regras definidas, com exceção do funcionamento limitado a seis horas. Acaba fazendo mais sentido funcionar por mais tempo durante o dia e evitar a concentração de pessoas em horários limitados.”
Segundo Savoia, além das medidas de segurança previstas no protocolo, a rede fará distribuição gratuita de máscaras para os alunos. “Acreditamos que a prática das atividades físicas são importantes para aumentar a imunidade e a saúde das pessoas. Dessa forma somos favoráveis às reaberturas”, afirma. Como os contratos dos funcionários estão suspensos, no entanto, ainda não há previsão para a reabertura das unidades. “Logo, iremos comunicar a todos sobre a data de retomada.”
Em nota, a Smart Fit afirma que o protocolo de São Paulo é “um dos mais rígidos”, mas que estaria apoiado “nas melhores práticas de biossegurança” e que apoia as medidas. “Temos dialogado com outras redes de academia espalhadas pelo mundo, que já viveram processos de reabertura e a implementação dos protocolos”, diz. “O grupo entende e apoia a rigidez desses protocolos pois em um momento de reabertura, o principal objetivo deve ser a segurança dos colaboradores e clientes.”
Para se adaptar às regras, as unidades da rede só devem reabrir na terça-feira, 14. “Não abriremos na segunda-feira, principalmente para garantir o treinamento de toda a equipe de colaboradores e terminarmos a implantação de todos os procedimentos que o protocolo determina.”