O custeio de atividades agrícolas é intensivo em capital e, para que o produtor obtenha uma safra rentável, são necessários grandes investimentos, como a contratação de mão de obra, manutenção de máquinas, compra de insumos etc. Além disso, apenas ao final da safra o produtor consegue pagar por todo material utilizado. Por conta disso, a busca por financiamentos e investidores é recorrente nesse setor. Entretanto, a assimetria de informação, distância dos grandes centros e ausência de garantias eficazes dificultam a concessão de crédito.

“Quando a safra não vem de acordo com o esperado, o produtor pode não conseguir honrar todos os compromissos assumidos no início do ciclo. Nesses casos, o credor que conta com a melhor informação e agilidade de ação chega antes dos demais e garante sua parte da lavoura”, conta Bernardo Fabiani, CTO da Terra Magna, agrotech brasileira  criada em 2016, que atua na mitigação de riscos do agronegócio.

Quando a produção não vai bem e o produtor não terá como pagar todos os financiadores, algum credor ficará sem receber naquela safra. Como um dos modos mais comuns de financiamento no agronegócio é a operação de barter (também chamada de troca), em que tanto o pagamento quanto a garantia estão na produção da lavoura, é essencial saber o que está acontecendo no campo.

Um dos métodos que mais cresceu nos últimos anos, o barter também trouxe alguns problemas para o investidor. O crescimento da inadimplência da carteira de crédito do produtor pessoa física dobrou em cinco anos, de acordo com os dados do Banco Central. O mesmo acontece no crédito privado, a inadimplência pode ser até nove vezes maior em algumas regiões do país. Ainda segundo o Banco Central, a inadimplência dos produtores com financiamentos não pagos a mais de 90 dias somou R$ 3,4 bilhões ou 1,34% dos R$ 254 bilhões concedidos pelo sistema financeiro em 2018.

Desde 2015 os bancos têm diminuído o volume de financiamento lastreados no penhor agrícola e têm optado por garantir ilíquidas e de execução mais difícil, como hipotecas. Deixou-se de optar pelo penhor agrícola visto que o monitoramento precário disponível à época, baseado apenas no campo, era ineficaz na garantia do recebimento. Na safra de 2018/19, a inadimplência cresceu mais, atingindo até players tradicionais do mercado, tais como tradings.

Para evitar essas inadimplências, a TerraMagna realiza o monitoramento de lavouras por meio de um sistema próprio via satélite e também monitoramento de campo, o que ajuda a acompanhar as áreas em que os satélites tenham dificuldade de capturar, assim, tendo uma intervenção rápida e precisa. O monitoramento funciona da seguinte forma: a empresa recebe o descritivo das operações de concessão de crédito e o financiador acompanha em tempo real a lavoura, chegando antes dos outros credores e evitando fraudes, como ausência plantio ou desvio do grão produzido. Caso sejam observados indícios de que haverá problemas no pagamento, o credor executa rapidamente o colateral e tem garantia de liquidez com a venda da colheita.

“Evitamos inadimplência em todos os financiamentos de nossos clientes, não apenas naqueles que historicamente apresentam risco. Com nossa tecnologia, é possível ter total controle não de uma, mas de todas as operações, sempre sabendo o que está acontecendo na lavoura e tendo a certeza de que irá receber no final da safra. O uso de tecnologia para o agronegócio gera maior segurança no financiamento devido à frequência, qualidade e abrangência da informação, avaliação de todo portfólio de produtores, isenção dos dados via satélite usados e intervenção rápida e cirúrgica quando necessário”, finaliza o CTO da TerraMagna.