O ano de 2024 foi desafiador para o agro brasileiro, em meio a preços mais baixos das commodities e questões climáticas. Como consequência, empresas do setor enfrentaram dificuldades financeiras e registraram desde atrasos no pagamento de títulos de dívida a recuperação judicial.

Esse cenário afetou o mercado de um dos mais recentes produtos de investimento do Brasil, os Fiagros. A captação por esse tipo de fundo caiu 73% no ano passado, na comparação com um ano antes, de acordo com dados da Anbima. Mas o setor é conhecido por ser marcado por ciclos – e o pior já passou, destacam os gestores dos Fiagros.

“O fundamento do agro mudou, já estamos em um ciclo novo, de recuperação”, diz Guilherme Grahl, sócio-diretor da Valora. “Estamos no meio da safra 2024-25,que deve ser recorde. O ciclo ruim terminou”, afirmou, durante o Smart Summit, evento organizado pela Invest Smart e com patrocínio da B3.

“Houve sim uma crise, mas já passou”, reforçou Bruno Santana, fundador da Kijani. “No lado da operação, o setor agora tem boas produtividade com bons preços e rentabilidade igual ou melhor que histórico”, afirmou.

Desde a criação dos fundos listados voltados ao agronegócio, era uma dúvida sobre como o segmento iria reagir a um mau ciclo negativo.

“É a primeira crise do agro que o mercado de capitais pega. Quem está no mercado há mais tempo já passou por várias crises e sabe que tem ano que a safra vai quebrar no norte, tem ano que vai quebrar no sul. No fim das contas, é preciso saber lidar com intempéries”, disse Grahl.

Mas o setor tem um benefício: “a gente não está falando de bem supérfluo, é comida, exportação, tem demanda contratada”, reforçou. “O pessoal fica assustado, mas a gente ainda bate recorde atrás de recorte em produção”.

Santana, da Kijani, também é otimista. “Nada no Brasil tem mais fundamentos do que a cadeia do agro, na minha visão. Entre as 10 principais commodities agrícolas, o Brasil é top 3 em produção e exportação em 9 delas”, disse.

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