11/09/2024 - 11:10
O Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Filizzola, disse que os prejuízos com os incêndios que ocorrem hoje no estado chegam a R$ 2 bilhões e atingiram 8.100 propriedades rurais, 300 municípios e 500 mil hectares de área. “90% dos incêndios no estado foram criminosos. O agro é a maior vítima do que está acontecendo, pois destrói fauna, flora e prejudica vidas”.
Filizzola disse que hoje a situação está controlada, com 12 municípios atualmente atingidos por incêndios. Segundo ele, é feito um monitoramento via satélite que cruza com informações do Car (Cadastro Ambiental Rural) e que o governo tem atuado em parceria com iniciativa privada, que tenha estrutura para ajudar no combate aos incêndios, e com prefeituras e as Forças Armadas.
A região mais afetada pelos fogos, informou, foi Ribeirão Preto, Sertãozinho e Bebedouro. “Temos que dar suporte para as famílias do campo que sofreram com isso”. O secretário disse que o governo está disponibilizando R$ 70 milhões em crédito com juros zeros para quem teve moradia queimada e que CDHU vai viabilizar uma moradia nova. Além disso, o governo paulista estaria tratando com o Ministério da Agricultura para viabilizar mais linha de crédito emergencial para os atingidos em São Paulo.
“Estamos buscando dar segurança jurídica para os produtores. A cana, maior atingida nos incêndios, representa 40% do agro paulista. São Paulo está empatado com Mato Grosso como grande exportador do agro. Nossa balança comercial cresceu quase 10% de janeiro a agosto. Pela relevância do agro de São Paulo para o agro brasileiro, a gente está precisando, sim, de ajuda do governo federal”, relata.
Sobre o impacto dos incêndios no preço do açúcar e etanol, o secretário preferiu não apontar números, mas avalia que deve ter algum impacto, mas nada “substancial”, até porque depende de como as usinas lideram com os incêndios, em que fase foram atingidos.
Biocombustíveis
O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Fillizzola, destacou a importância do estado na produção de biocombustíveis, durante sua participação no Agro Summit, produzido pelo Bradesco BBI. Filizzola disse que “São Paulo tem um pré-sal caipira”, para classificar o tamanho do potencial paulista sobre o tema.
“50% da produção do etanol está aqui [no estado]. É o combustível mais limpo do mundo. É a cadeia do agro que mais capta gás carbônico. A transição energética passa pelo agronegócio”, afirmou.
O secretário destacou que a indústria sucroalcooleira aproveita 100% de sua produção. “A quantidade de subproduto que se tira, açúcar, biogás, biometano, levedura etc. O que antes era um passivo, virou um ativo para o agronegócio”.
Filizzola afirmou ainda que o governo fez parceria com a Cetesb para agilizar e priorizar os licenciamentos para usinas que queiram produzir biogás e biometano. “Estamos trabalhando para aumentar muito a produção de biocombustíveis no estado”. Segundo ele, todos os carros da secretaria são abastecidos com etanol e que há um projeto para desconto de IPVA para veículos – carros, caminhões e ônibus – movidos a biocombustível.
O próximo passo, disse o secretário, será explorar a produção de bioenergia do setor pecuário.