Questionado nesta terça-feira, 23, sobre a possibilidade de aumentar a emissão de moeda para enfrentar a crise decorrente da pandemia de covid-19, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, respondeu que “ainda há espaço para a política monetária atuar”.

Mais cedo, o Banco Central reiterou, por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que eventual ajuste futuro na Selic (a taxa básica de juros) será apenas “residual”.

Na semana passada, o colegiado do BC reduziu a Selic pela oitava vez consecutiva, em 0,75 ponto porcentual, de 3,00% para 2,25% ao ano.

Profissionais do mercado financeiro avaliaram, na ocasião, que a mensagem do BC deixava aberta a possibilidade de novo corte da Selic no encontro marcado para 4 e 5 de agosto. Porém, a mensagem do BC seria de que a taxa básica poderia recuar 0,25 ponto porcentual – este seria o “corte residual”.

Otimização do uso de capital dos bancos

O presidente do Banco Central disse ainda algumas medidas anunciadas hoje pela autoridade monetária, como a otimização do uso de capital dos bancos, terão impacto grande na disponibilização de recursos para as menores firmas.

Mais cedo, ele admitiu que parte das medidas já tomadas pelo BC não foram utilizadas em todo o seu potencial, mas alegou que o mesmo também aconteceu com os bancos centrais de outros países. “O BC não vai descansar enquanto não tiver certeza de que o crédito está fechando às empresas”, garantiu.