O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano Kevin McCarthy, afirmou que a discussão desta segunda-feira, 22, sobre o teto da dívida foi produtiva, porém, revelou que permanece o impasse em relação às exigências do presidente americano Joe Biden. “Ainda não há acordo sobre nenhum ponto, estamos conversando”, relatou, durante coletiva de imprensa após o encontro com Biden.

McCarthy destacou que, pelo viés positivo, ambos os lados possuem times trabalhando nas negociações e que o tom desta noite foi melhor do que nas reuniões anteriores. “Fomos capazes de focar nas áreas de diferenças”, afirmou.

Pelo lado negativo, permanecem as diferenças sobre como lidar com o orçamento. Segundo o republicano, as equipes ainda não foram capazes de concordar sobre a questão de cortes de gastos, uma das demandas do partido de McCarthy para aprovar a elevação do teto da dívida. Ele voltou a defender a necessidade de reduzir gastos do governo, ressaltando os recursos em áreas sociais, embora cortes no Departamento de Defesa estejam “fora de questão” para o republicano.

“Não temos um problema de receita tributária, mas de gastos gerados por democratas” pontuou. “Acredito que Biden e os democratas querem, sim, fazer um acordo, mas apenas para gastar mais dinheiro”.

Questionado sobre a esperança de um acordo, McCarthy garantiu que ainda é possível e que isto exigirá encontrar um meio termo de comprometimento entre ambas as partes. Ele afirmou que está disposto a conversar com Biden todos os dias até que o acordo seja alcançado, observando que hoje foi um passo importante.

Em relação a medidas de curto prazo, como uma elevação temporária da dívida, o republicano argumentou que não seriam benéficas para nenhuma das partes e sim uma falha nas negociações.

McCarthy criticou, no entanto, o curto prazo disponível para finalizar as negociações antes da data limite para esgotamento dos recursos, anunciada nas últimas semanas pela secretária do Tesouro americano, Janet Yellen. O republicano enfatizou que tenta negociar um acordo desde o início do ano, culpando a demanda do governo Biden por uma aprovação sem exigências pela pressão atual e rápida aproximação da data limite.

“Não gosto da ideia de governar sobre o caos. Vamos parar de tomar decisões em cima do prazo final”, resumiu.