A alta no preço do arroz deve turbinar o resultado financeiro da Camil em 2023, disseram os analistas do Santander em relatório enviado ao mercado na quarta-feira (25). Os especialistas esperam um fluxo de caixa livre em cerca de 10%, além de um crescimento de 9% nas vendas e de um avanço de 20% no Ebitda ajustado.

“Historicamente, a Camil esteve apta para repassar preços altos para os consumidores e manter as margens”, disseram Rodrigo Almeida e Laura Hirata, que assinam o relatório. Eles disseram acreditar que o atual desequilíbrio no valor do arroz na América Latina deve continuar sustentando os preços praticados no Brasil.

Além disso, eles afirmaram que a participação em novas áreas do setor alimentício, como bolacha, macarrão e café, pode ser muito benéfica para a empresa, tornando-se um dos principais gatilhos para a ação em 2023. “Baseado em nossas conversas com a gestão da empresa, o foco em 2023 será melhorar a lucratividade com as novas categorias”, afirmaram.

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Por outro lado, os especialistas acreditam que a Camil possui alguns riscos e o investidor deve se atentar a eles, como a execução e integração de algumas fusões e aquisições, interrupções na cadeia de fornecimento e a inabilidade em repassar custos em um ambiente competitivo com o consumidor.

Ainda assim, os analistas enxergam que o ativo está atrativo, sendo negociado a 5,8 vezes EV/Ebitda ( abaixo da média histórica dos últimos 5 anos) e com possibilidade de dividend yield em 4% em 2023.

Sendo assim, Rodrigo Almeida e Laura Hirata possuem uma classificação de outperform para a ação da Camil, o que significa um desempenho acima da média do mercado. O preço-alvo é de R$ 13 para o final de 2023, cifra que implica uma alta de 53,6% na comparação com o fechamento de quarta-feira (25).