19/01/2024 - 14:18
A busca por fontes de energia alternativas aos combustíveis fósseis está na ordem do dia em todo o mundo e o Brasil pode se tornar líder nesse processo, por ter uma das matrizes energéticas mais diversas do planeta. Além de políticas públicas voltadas à essa temática, o país conta com empresas que há anos pensam em fontes alternativas ao petróleo, como o Grupo BBF (Brasil BioFuels), maior produtor de óleo de palma da América Latina.
O óleo de palma, também conhecido como dendê, tem potencial de produção de óleo por hectare dez vezes superior à soja e estrutura química idêntica à dos combustíveis fósseis na cadeia de carbono, o que o torna altamente eficiente para produção dos biocombustíveis de segunda geração, como o SAF (Combustível Sustentável de Aviação) e o Diesel Verde (RD).
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Há 15 anos, o Grupo BBF cultiva a palma em regiões degradadas da Amazônia e utiliza o óleo de palma, óleo vegetal mais consumido no mundo, para a produção de biocombustíveis e geração de energia elétrica limpa para regiões isoladas.
“A empresa foi fundada com o propósito de mudar a matriz energética dos Sistemas Isolados no Norte do Brasil, criando empregos, gerando renda e reduzindo o custo da eletricidade para a população, a partir de uma matriz sustentável e limpa, substituindo o uso de óleo diesel fóssil por biodiesel feito a partir de óleo de palma. Com o passar dos anos, foi possível estender a atuação para uma missão ainda maior, de contribuir para a transição energética do País, produzindo biocombustíveis também para outros fins. Isso nos consolida como a maior produtora de óleo de palma da América Latina”, afirma Milton Steagall, CEO do Grupo BBF.
Atualmente, o Grupo BBF possui mais de 75 mil hectares cultivados com a palma de óleo nos estados do Pará e Roraima. A companhia tem capacidade de produzir por ano mais de 200 mil toneladas de óleo de palma. A empresa gera mais de 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos, além de incentivar mais de 450 agricultores familiares no estado do Pará. “Dizemos que o Grupo BBF atua da semente ao megawatt”, afirma o executivo.
Brasil pode ser líder na transição energética
O Brasil tem o potencial de cultivar a palma, de forma totalmente sustentável, em 31 milhões de hectares de áreas degradadas na região amazônica, segundo robusto trabalho realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A legislação brasileira para o cultivo da palma conta com o Decreto 7.172, estabelecido em 2010 pelo Governo Federal, e é considerada a mais rígida do mundo neste setor, pois permite que a palma seja cultivada apenas em áreas que foram desmatadas na região amazônica até dezembro de 2007.
“Apesar de seu cultivo ser permitido em toda essa área, sem desmatar uma árvore sequer de floresta, hoje, a palma é plantada em apenas cerca de 300 mil hectares no Brasil, aproximadamente. Com os 31 milhões de hectares disponíveis, temos a oportunidade de gerar 186 bilhões de litros de óleo de palma por ano, para utilização no desenvolvimento de biocombustível para atender, inclusive, o setor aéreo. Isso é mais do que é extraído pela Petrobras no nosso pré-sal, por isso, digo que temos um verdadeiro “pré-sal verde” no nosso país”, afirma o executivo.
A partir de 2026, o Grupo BBF vai iniciar o fornecimento de SAF (Combustível Sustentável de Aviação) e Diesel Verde para a Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) – em contrato de offtaker. A matéria-prima para os biocombustíveis avançados será o óleo de palma cultivado pelo Grupo BBF na região Amazônica. Já o refino será feito na primeira biorrefinaria do País a produzir os inéditos biocombustíveis em escala industrial. Devem ser investidos mais de R$ 2,2 bilhões na nova planta, que terá a capacidade de produzir cerca de 500 milhões de litros anualmente de SAF e Diesel Verde.
Além da produção de óleo a partir do fruto, o cultivo da palma gera toneladas de biomassa, que hoje são usadas para recomposição orgânica dos próprios palmares. Mas segundo Steagall, também é possível utilizar essa abundante biomassa para a geração de energia renovável nos sistemas isolados.