Como resultado dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, as exportações brasileiras para os Estados Unidos devem cair entre 20% e 25% em 2020, prevê a Amcham, câmara norte-americana de comércio no Brasil.

As importações originárias dos EUA, por sua vez, devem ter recuo de 16% a 18%.

No ano passado, os embarques para clientes dos EUA resultaram em receita de US$ 29,7 bilhões, enquanto as compras de fornecedores norte-americanos alcançaram US$ 30,1 bilhões.

Se as estimativas mais pessimistas da Amcham se confirmarem, com quedas de 25% nas exportações e de 18% nas importações, o déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos terminaria o ano em US$ 2,2 bilhões.

As previsões da Amcham já consideram os resultados fechados do primeiro semestre, que registram retração de 31,7% nas exportações e de 4,4% nas importações.

 

A primeira metade do ano terminou com corrente de comércio de US$ 23,2 bilhões, a terceira menor em 10 anos.

“A contração da atividade econômica nesse período de pandemia foi o principal motivo pelo resultado negativo.

Outro aspecto que influenciou nesse processo foi a crise internacional do petróleo”, explica Abrão Neto, vice-presidente da Amcham Brasil.

Para Abrão, a pandemia, além de forçar novas tendências, funcionará como um acelerador daquelas que já existiam no comércio internacional.

“Uma delas é sobre o interesse das empresas e governos de garantir cadeias de produção mais diversificadas e resilientes, fenômeno que precisaremos ver como o Brasil irá se posicionar”, explica.