São Paulo, 8 – As exportações brasileiras de soja em janeiro devem somar 1,71 milhão de toneladas, queda de 29% ante 2,40 milhões de toneladas embarcadas em igual mês de 2024, projeta a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Para o farelo de soja, a previsão é de 1,43 milhão de toneladas, recuo de 18,8% em comparação com a janeiro do ano anterior (1,76 milhão).

No caso do milho, a Anec considera exportação dentro de um intervalo entre 2,5 milhões e 3,3 milhões de toneladas para janeiro, com média estimada em 2,9 milhões de toneladas, volume 17,3% inferior aos 3,51 milhões embarcados no mesmo período do ano passado. Para o trigo, a estimativa é de 519,29 mil toneladas, queda de 24,2% ante 685,17 mil toneladas em janeiro de 2024.

Na semana de 25 de dezembro a 4 de janeiro, os portos brasileiros embarcaram 121.211 toneladas de soja, 569.465 toneladas de farelo de soja e 703.905 toneladas de milho. Para a atual semana (5 a 11 de janeiro), a programação mostra forte avanço, com embarques previstos de 524.688 toneladas de soja, 225.508 toneladas de farelo de soja e 1.063.227 toneladas de milho.

Balanço 2024

Segundo dados da Anec, o balanço de 2024 fechou com exportações de 97,3 milhões de toneladas de soja, queda de 4% ante o recorde de 101,31 milhões de toneladas em 2023. A China manteve-se como principal destino, absorvendo 76% do total (74 milhões de toneladas), seguida por Espanha (4,1 milhões) e Tailândia (3 milhões).

As exportações de milho somaram 37,8 milhões de toneladas em 2024, recuo de 32% em comparação com 55,6 milhões de toneladas de 2023. O Egito liderou as importações com 5,4 milhões de toneladas (14%), seguido por Vietnã com 4,6 milhões (12%) e Irã com 4,3 milhões (11%). A China, que havia importado quase 17 milhões de toneladas em 2023, reduziu para 2,1 milhões em 2024 (6%).

O farelo de soja registrou volume recorde de 23,2 milhões de toneladas em 2024, alta de 3,6% sobre 22,4 milhões do ano anterior. A União Europeia manteve-se como principal destino, com destaque para Indonésia (16%), Tailândia (11%), Holanda (9%) e França (8%). O bom desempenho reflete a maior demanda por proteína animal nos mercados asiático e europeu.

Para a safra brasileira de 2024/25, a Anec projeta produção recorde de soja, podendo atingir 170 milhões de toneladas. “O consumo doméstico deverá crescer, principalmente em função da demanda para biodiesel”, destaca a entidade. As exportações têm potencial de alcançar 110 milhões de toneladas, o que representará desafio logístico significativo. A colheita já começou e volumes maiores devem ser observados a partir de fevereiro, segundo a Conab.

Para o milho, a expectativa é de produção entre 120 milhões e 130 milhões de toneladas na safra 2024/25, levemente superior à safra 2023/24, mas abaixo do recorde de 2022/23. As exportações podem atingir 42 milhões de toneladas, com o mercado interno absorvendo maior parcela da produção por causa da expansão do consumo para etanol.