30/09/2022 - 10:39
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nova resolução que complementa medidas de fiscalização anteriores relacionadas ao propilenoglicol com indícios de contaminação com monoetilenoglicol. As autoridades investigam se essa substância, encontrada em petiscos para cães, teria provocado a morte de ao menos 54 cães em todo o País.
A nova medida foi publicada na quarta-feira, dia 28. Com isso, ficam proibidos a distribuição, a comercialização e o uso, além de determinado o recolhimento, de todo o propilenoglicol que contenha números de lotes com os códigos 5053C22 e 4055C21 (acrescentado ou não por letras iniciais complementares) e dos produtos fabricados a partir deles.
“Durante a investigação, conduzida em conjunto com órgãos estaduais e municipais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (Snvs) e com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está sendo identificada uma rede de distribuição e venda dos lotes de propilenoglicol com indícios de contaminação”, disse a agência, em nota. A investigação ainda está em andamento. Desta forma, as empresas identificadas estão sendo divulgadas constantemente.
Ainda de acordo com a Anvisa, a apuração verificou que empresas da área de produtos químicos compram os produtos, retiram o rótulo original e colocam novas informações de rotulagem com os dados da sua empresa, fato que tem dificultado a rastreabilidade dos produtos.
“Na maior parte dos casos, tem-se mantido no rótulo as informações numéricas dos lotes envolvidos (5035C22 e 4055C21), podendo-se acrescentar no início letras que relacionadas a uma das empresas envolvidas (exemplo: AD5035C22 e AD4055C21). Em alguns casos, a empresa inclui também um lote interno criado por ela”, orientou a Anvisa.
Anteriormente, em 12 de setembro, a Anvisa já havia suspendido a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda (AD5035C22 e AD4055C21), após ser identificada a contaminação da substância fornecida. A Tecnoclean, por sua vez, diz ter usado insumos importados. Conhecido também como etilenoglicol, o monoetilenoglicol é um produto tóxico geralmente usado para refrigeração e encontrado em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras.
A mesma substância esteve por trás da morte de dez pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019, em Minas Gerais. Já o propilenoglicol é um insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais para ajudar na conservação dos mesmos. De forma geral, evita fungos e dá sensação de maciez aos alimentos. É permitido a utilização desde que seja adquirido de empresas.