A empresa ProfilePrint, com sede em Singapura, quer agregar mais tecnologia no mercado de café brasileiro com uma máquina que promete usar Inteligência Artificial para analisar, em segundos, a qualidade de uma safra de café, prometendo muito mais agilidade e precisão no processo. 

O anúncio foi feito pela plataforma nesta terça-feira, 24, em São Paulo, onde o CEO e fundador da empresa Alan Li e o Country Manager para o Brasil, Nicholas Yamada, explicaram como o analisador portátil consegue apontar características do café, como doçura, acidez e adstringência e analisar até características internas, como se a amostra se encontra com mofo. 

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A empresa não anunciou o preço do equipamento, mas afirmou que trabalhará com um modelo de assinatura para os seus clientes.  

“Ao transformar ingredientes físicos em impressões digitais, estamos aumentando a produtividade humana e a eficiência da cadeia de abastecimento alimentar. Estamos habilitando o setor agrícola a decisões mais rápidas e informadas”, explicou Li. 

Como funciona a tecnologia

O grande diferencial da tecnologia é a pouca quantidade de grãos de café verdes ou torrados que são necessários para fazer a análise completa. São 200 gramas de grãos que precisam ser inseridos em uma pequena gaveta na parte de baixo do aparelho em porções de aproximadamente 25 gramas.

Ao repetir o processo 7 vezes, a máquina – de porte semelhante a uma de café expresso – devolve informações como se há defeitos não visuais, como fermentação leve ou mofo, o que pode prejudicar a qualidade do produto, e analisa mais de 10 mil dados do DNA do grão. 

Em questão de segundos o equipamento faz o mapeamento e apresenta as características do grão Foto: Divulgação

 

A empresa anunciou também uma parceria com as cooperativas cafeeiras Cooxupé e Minasul para a locação dos aparelhos, além de uma parceria com o Instituto CNA, responsável por desenvolver pesquisa e tecnologia para o agronegócio. Os aparelhos começarão a ser usados no começo de 2025. 

“Nosso objetivo é tentar tornar uma tecnologia que é muito cara mais próxima do produtor rural. Essa é a intenção do nosso projeto. Imagine que uma pessoa que trabalhe analisando café oito horas por dia, no fim da jornada esteja cansada e isso pode prejudicar a avaliação. Com a nossa tecnologia isso vai ficar mais fácil e certeiro”, explicou Yamada. 

Outra vantagem é que os produtores não vão precisar enviar amostras para um laboratório externo analisar, além do aparelho ser portátil e poder ser utilizado por diferentes produtores.

Atualmente a companhia conta com 60 aparelhos semelhantes pelo mundo e 4 no Brasil. Hoje a tecnologia está disponível principalmente para clientes do mercado financeiro, que precisam de menos produto para avaliar se uma safra está dentro das características desejadas ou não. A empresa anunciou que, no futuro, o objetivo é o aparelho ser usado também na análise de outras commodities, como milho, soja e cacau.