Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se reuniram em manifestações em diversas cidades neste domingo, 11, contra a proibição de missas e cultos presenciais para evitar a disseminação da covid-19. Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande e outras cidades receberam atos e carreatas de grupos relativamente pequenos.

Nas redes sociais, as manifestações foram chamadas de Marcha da Família Cristã pela Liberdade. O nome ecoa a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, movimento ocorrido em março e abril de 1964 contra o governo de João Goulart e a favor da ditadura militar. Um site de convocação para os protestos deste domingo utilizava uma imagem das marchas de 1964 e explicava que o objetivo era fazer “uma releitura do grandioso e importante evento popular que marcou a história do Brasil”.

De acordo com registros dos atos nas redes sociais, em Brasília, um cartaz dizia que o povo e as Forças Armadas “salvaram a nação contra o comunismo” em 1964. Na capital paulista, a concentração na Avenida Paulista tocou a música “Eu te amo, meu Brasil”, popular durante a ditadura militar. Em Belo Horizonte, o jornal O Estado de Minas informou que o movimento pedia “uma nova Constituição que criminalize o comunismo” e intervenção das Forças Armadas.

O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), da base de apoio do Bolsonaro, publicou fotos da manifestação realizada em Niterói. As imagens mostram dezenas de pessoas. O parlamentar posou para selfies com apoiadores, sem máscara. Os participantes usavam camisas do Brasil e levavam bandeiras nacionais.

Marcha da Família

Manifestantes pediram intervenção militar e liberdade ao deputado Daniel Silveira, atualmente em prisão domiciliar Foto: Saulo Angelo / Futura Press

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu aval para que prefeitos e governadores proíbam missas e cultos presenciais durante a pandemia. Os ministros lembraram que medidas de isolamento social são importantes ferramentas de combate à covid-19.