A 33ª edição da Semana de Vela do Rio de Janeiro, disputada entre sábado (5) e segunda-feira (7), marcou a volta de Jorge Zarif às competições após 10 meses. Além do cancelamento de eventos nos últimos meses, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), o atleta também cumpriu punição por doping. O velejador paulista ficou com o título da classe Finn, ao vencer cinco das seis regatas que correu no Iate Clube fluminense.

“Estou contente em ter ganho o campeonato. Era obrigação ganhar, sem desmerecer o pessoal, mas eu tinha obrigação de ganhar. [Tenho] Muita coisa para melhorar ainda. [Fiquei] Muito tempo sem competir, sem velejar com gente de nível internacional”, disse  Zarif, em comunicado à imprensa. “Acho que tem muita coisa que foi proveitosa. Bom campeonato para fazer largada, montagem de boia, pouca [coisa] da parte tática. Sempre bom ter mais barcos juntos, eu treino muitas vezes sozinho, então valeu a pena por isso”, completou.

O paulista será um dos representantes brasileiros na Olimpíada de Tóquio (Japão), no ano que vem. Será a terceira participação nos Jogos. Em 2012, em Londres (Reino Unido), Zarif ficou em 20º. Quatro anos depois, na Rio 2016, esteve perto do pódio, na quarta posição. A vaga olímpica para 2021 foi assegurada em maio do ano passado, no Campeonato Europeu, em Atenas (Grécia).

Em  maio do ano passado, Zarif assegurou vaga em Tóquio no Campeonato Europeu, em Atenas (Grécia) –  Fred Hoffmann/OnBoard Sports/Direitos Reservados

A participação de Zarif em Tóquio esteve ameaçada, após ele ser flagrado em um exame antidoping realizado em 15 de agosto do ano passado, no evento-teste da baía de Enoshima (Japão), onde serão as disputas de vela nos Jogos de 2021. O brasileiro testou positivo para tamoxifeno, proibida pelo Código Mundial Antidoping.

Em janeiro deste ano, o paulista reconheceu o uso da substância e se colocou em suspensão preventiva pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Ele explicou que usou o tamoxifeno por 20 dias, sob orientação médica, devido à uma ginecomastia bilateral (aumento do tecido mamário em homens) que causava dores e limitava os movimentos.

Em março, o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) deu a Zarif uma punição retroativa de seis meses, em primeira instância – ou seja, iniciada em 15 de agosto de 2019, quando foi feito o exame. Mas, três meses depois, a suspensão foi estendida para um ano, o que só o liberou para competir novamente no último dia 14 de agosto. Se a Olimpíada não tivesse sido adiada, devido à pandemia, ele teria perdido os Jogos de Tóquio.