08/09/2020 - 12:10
A 33ª edição da Semana de Vela do Rio de Janeiro, disputada entre sábado (5) e segunda-feira (7), marcou a volta de Jorge Zarif às competições após 10 meses. Além do cancelamento de eventos nos últimos meses, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), o atleta também cumpriu punição por doping. O velejador paulista ficou com o título da classe Finn, ao vencer cinco das seis regatas que correu no Iate Clube fluminense.
“Estou contente em ter ganho o campeonato. Era obrigação ganhar, sem desmerecer o pessoal, mas eu tinha obrigação de ganhar. [Tenho] Muita coisa para melhorar ainda. [Fiquei] Muito tempo sem competir, sem velejar com gente de nível internacional”, disse Zarif, em comunicado à imprensa. “Acho que tem muita coisa que foi proveitosa. Bom campeonato para fazer largada, montagem de boia, pouca [coisa] da parte tática. Sempre bom ter mais barcos juntos, eu treino muitas vezes sozinho, então valeu a pena por isso”, completou.
O paulista será um dos representantes brasileiros na Olimpíada de Tóquio (Japão), no ano que vem. Será a terceira participação nos Jogos. Em 2012, em Londres (Reino Unido), Zarif ficou em 20º. Quatro anos depois, na Rio 2016, esteve perto do pódio, na quarta posição. A vaga olímpica para 2021 foi assegurada em maio do ano passado, no Campeonato Europeu, em Atenas (Grécia).
A participação de Zarif em Tóquio esteve ameaçada, após ele ser flagrado em um exame antidoping realizado em 15 de agosto do ano passado, no evento-teste da baía de Enoshima (Japão), onde serão as disputas de vela nos Jogos de 2021. O brasileiro testou positivo para tamoxifeno, proibida pelo Código Mundial Antidoping.
Em janeiro deste ano, o paulista reconheceu o uso da substância e se colocou em suspensão preventiva pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Ele explicou que usou o tamoxifeno por 20 dias, sob orientação médica, devido à uma ginecomastia bilateral (aumento do tecido mamário em homens) que causava dores e limitava os movimentos.
Em março, o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) deu a Zarif uma punição retroativa de seis meses, em primeira instância – ou seja, iniciada em 15 de agosto de 2019, quando foi feito o exame. Mas, três meses depois, a suspensão foi estendida para um ano, o que só o liberou para competir novamente no último dia 14 de agosto. Se a Olimpíada não tivesse sido adiada, devido à pandemia, ele teria perdido os Jogos de Tóquio.