A população paulista verá para o próximo ano uma maior representatividade feminina na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). No domingo, 2, o número de mulheres eleitas foi de 25 – há quatro anos, foram 19. A nova composição é significativa após a última legislativa, marcada por um caso de assédio sofrida por uma parlamentar em plenário.

Em dezembro de 2020, a deputada estadual Isa Penna (PCdoB) foi assediada sexualmente pelo deputado Fernando Cury, na época filiado ao Cidadania, durante sessão plenária. No vídeo, transmitido ao vivo pelo canal da Alesp, Isa aparece conversando com o presidente da Casa quando Cury se aproxima da Mesa Diretora e se posiciona atrás da deputada, colocando a mão na lateral de seus seios. Em seguida, ela empurra o deputado para afastá-lo de seu corpo.

Isa Penna chegou a entrar com pedido de cassação do deputado, mas Cury, em decisão inédita, teve seu mandato suspenso por 180 dias. O parlamentar voltou a atuar na Alesp após o fim da suspensão e, assim como Isa, concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados, sem sucesso.

Perfil

As três mulheres mais bem votadas neste ano são novas da Alesp. A liderança é da estreante na política, a deputada Paula da Bancada Feminista (PSOL), que obteve 259 mil votos. Na sequência, a estreante Ana Carolina Serra (Cidadania) conquistou 198 mil votos, seguida da já deputada federal Bruna Furlan (PSDB) com 195 mil.

As deputadas eleitas estão espalhadas por 13 partidos, sendo o PT, o PSDB e o PL as siglas com mais eleitas – 5, 4 e 4, respectivamente. O equilíbrio racial entre as mulheres eleitas ainda é uma questão. A maioria – 19 – se autodeclarou branca durante candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outras 5 se identificam como pretas e uma como parda.