São Paulo, 24 – A área plantada com soja no Brasil deve crescer 3,5%, ou 1,3 milhão de hectares, para 38,2 milhões de hectares na safra 2020/21, projetou a consultoria Céleres, em seu primeiro levantamento para a nova temporada. O potencial de produção do Brasil em 2020/21 foi estimado em 130,8 milhões de toneladas. O aumento se deve a uma combinação de fatores, segundo a analista Daniely Santos, da Céleres. “A gente vai finalizar a safra 2019/20 com um estoque muito baixo, inferior a 1 milhão de toneladas, e temos expectativa de demanda aquecida tanto para exportações quanto para esmagamento para consumo interno, puxada pela produção de proteína animal e pela mistura do biodiesel no diesel”, disse a analista.

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Além disso, ela destacou que os preços para negociação antecipada foram muito atrativos e que produtores aproveitaram para comercializar o quanto conseguiram da safra que será plantada a partir de setembro. “Mais de 40% da safra 2020/21 está comercializada, um número que se atingir mais para o fim do ano. Isso tem garantido ao produtor uma margem operacional muito alta, o que é incentivo para aumentar a área de soja.”

Conforme o levantamento, apesar da quebra de produtividade no Rio Grande do Sul, os bons resultados da produção de soja no Centro-Norte do Brasil impulsionaram a produção em 2019/20 para 124,8 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como o maior produtor global de soja. A Céleres prevê exportações em 2020 de 77,5 milhões de toneladas. Para a analista, com esse patamar de venda externa, “a nossa oferta já fica bem apertada”.

Milho

A área plantada com milho no verão no Brasil deve crescer 500 mil hectares, ou 12,5%, para 4,5 milhões de hectares na safra 2020/21, disse a Céleres. O potencial de produção na primeira afra é de 30 milhões de toneladas.

Já na segunda safra, a área deve aumentar 6,7%, ou 900 mil hectares, para 14,4 milhões de hectares. A consultoria vê o potencial de produção de inverno do Brasil em 80 milhões de toneladas. A área da terceira safra deve cair de 520 mil hectares para 515 mil hectares, segundo a Céleres. O potencial de produção é de 1,4 milhão de toneladas, conforme a consultoria. Com isso, o Brasil tem potencial de atingir produção total de milho de 111,5 milhões de toneladas em 2020/21.

Segundo Daniely Santos, embora os preços do milho sejam atrativos, a área do cereal no verão não deve ter crescimento nominal tão grande quanto o da soja. Enquanto o incremento esperado para o plantio da oleaginosa é de 1,3 milhão de hectares, o aumento previsto para o milho fica em 500 mil hectares. “No caso do milho a gente tem alguns fatores de incerteza a mais. A expectativa é de que a safra 2020/21 dos EUA seja cheia, e isso acaba atrapalhando um pouco a nossa competitividade no mercado externo”, disse.

Em relatório, a consultoria destacou que o aumento nos custos de produção no Centro-Sul do País deverá limitar a rentabilidade do produtor na safra verão do cereal. Ainda assim, a margem operacional na primeira safra de milho deve subir de R$ 3.178 por hectare para R$ 3.888/hectare.

De acordo com o levantamento, na temporada 2019/20 a produção total de milho no Brasil alcançará 101,7 milhões de toneladas. “Apesar do estresse climático no Sul, que prejudicou tanto a safra verão quanto a de inverno na região, assim como na safra de soja, a produção do Centro-Norte garantirá a oferta de milho no País”, disse a consultoria. A Céleres prevê exportação entre 32 milhões e 35 milhões de toneladas na temporada 2019/20. De acordo com a consultoria, 41,1% da safrinha do Centro-Sul está negociada.