28/08/2013 - 18:46
Na última década, os chamados países emergentes, como o Brasil, vêm mostrando cada vez mais a sua cara no quadro econômico internacional, passando a se destacar não mais somente como destino, mas também como origem de Investimento Estrangeiro Direto (IED). Atualmente, esses países emergentes são fonte de mais de 30% do fluxo global de investimentos produtivos transnacionais, de acordo com o World Investment Report 2013, divulgado pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet).
No caso do Brasil, essa inversão de papel em relação ao IED é um reflexo da situação atual da economia do País. Em decorrência deste momento econômico, cada vez mais empresas brasileiras, de diferentes portes, vêm incorporando em sua estratégia a necessidade de ampliar suas perspectivas de negócio, principalmente em nível global. A estimativa da Sobeet é de que 900 empresas brasileiras estejam atuando no Exterior – três vezes mais que há dez anos.
Apesar de muitos especialistas apontarem que a internacionalização não faz parte da cultura das empresas brasileiras e que as primeiras companhias tenham buscado esse caminho unicamente por necessidade de recursos, a última década vem contrariando essa premissa. Nesses últimos anos, o Brasil, que era sempre um dos principais alvos de investimentos de outros países, passou a figurar entre os principais investidores também. A atual situação econômica vivenciada pelo País levou suas empresas a um quadro irreversível no qual a internacionalização faz parte de um processo natural e os investimentos externos são crescentes. O natural é que as empresas brasileiras que desejam crescer consideravelmente em seus segmentos busquem novos mercados, novos espaços, porque, apesar de o País ser enorme, o mundo é ainda maior.
Envolvido por esse novo panorama econômico, as companhias brasileiras estão dando um salto importantíssimo para seu crescimento em nível global. Essa nova realidade está tornando as mais competitivas, porque, além de aumentar sua exposição à concorrência internacional e a diferentes mercados, as mantém sempre atualizadas em relação às tendências inovadoras em suas áreas. A diversificação dos negócios em nível mundial traz mais estabilidade ao crescimento das vendas, com pensando as oscilações de crescimento no mercado interno, além de baratear custos e diluir riscos.
Dado que o Brasil é uma das potências do futuro – e que espera tornar-se a quarta maior economia do mundo em 2050 –, precisará buscar nos próximos anos bons parceiros comerciais para alcançar um desenvolvimento ainda maior em setores estratégicos, como logística, infraestrutura, energia e agroindústria. Por isso, o ideal é que empresas brasileiras analisem bem as vantagens oferecidas por cada um dos países antes de escolherem para onde pretendem expandir seus negócios. Até mesmo a crise vivida por países desenvolvidos não deve ser motivo para recuo, já que são empresas experientes e que por anos triunfaram em um ambiente não tão favorável aos negócios.
Nesse cenário econômico de avanço para o setor empresarial brasileiro, o agronegócio é o setor com maior potencial de investidores e é provável que em pouco tempo o Brasil se torne o maior produtor mundial de proteína e produtos do agro negócio em geral. Com isso, é inevitável que as principais empresas brasileiras desse segmento que ainda não atuam lá fora busquem expandir seus negócios para outros países. Por isso mesmo, precisam analisar caso a caso todos os possíveis benefícios para se estabelecerem. O empresário brasileiro deve avaliar não só o momento da economia do País onde irá investir como o ambiente fiscal, a infraestrutura tecnológica e logística, a facilidade em se adaptar ao merca do local e até mesmo a localização e a qualidade de vida.