Pouco após a nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, declarar em sua cerimônia de posse que a Corte tem a última palavra em uma democracia, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o Poder Judiciário, às vezes, se comporta fazendo política. Em sabatina promovida pela CNN Brasil, o petista avaliou que a troca de incumbência entre os poderes causa anormalidade, mas reiterou que é preciso “continuar acreditando na Justiça”.

“O problema é que no Brasil temos certa anormalidade hoje. Tem hora que o Poder Legislativo se mete em ser Judiciário, em ser Executivo, Poder Executivo afronta Legislativo e Judiciário. Se cada um cumprir com sua função, governo governa, legislativo legisla e judiciário cumpre papel de ser garantidor da Constituição. Acho que as coisas voltam com tranquilidade à normalidade”, declarou o ex-presidente na entrevista.

Lula disse não se arrepender de qualquer indicação feita ao STF – “indiquei pelo currículo” – e criticou quem “por qualquer coisinha recorre ao Supremo”. “Judicializar a política é culpa da política”, avaliou. Um dos coordenadores da campanha petista, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é um parlamentar que aciona o STF com frequência, o que ele mesmo reconhece.

Meio ambiente

Neste dia que a ex-ministra Marina Silva (Rede) selou seu apoio à candidatura do PT ao Palácio do Planalto, Lula afirmou na sabatina que, se eleito, pretende discutir as mudanças climáticas com mais seriedade. “A questão climática é séria para toda a humanidade, não é mais de bicho-grilo”, disse o candidato, que criticou o aumento da violência política no País e fez um chamamento à paz. “O comportamento do presidente da República dita regras do que vai acontecer na sociedade”, destacou.