O diretor de política econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, disse nesta quarta-feira, 17, que os ganhos da autonomia da autoridade monetária são comprovados tanto teórica quanto empiricamente, proporcionando maior previsibilidade na economia.

Ao encerrar o primeiro dia da conferência anual do BC, Guillen salientou que a autonomia do BC evita que a condução da política monetária se sujeite a pressões não técnicas. “De fato, a autonomia do Banco Central do Brasil é fundamental para a estabilidade econômica no país”, declarou.

Ele disse ainda que manter a inflação baixa, estável e previsível – um “bem social” essencial para o Brasil não voltar a sofrer as dificuldades associadas ao descontrole de preços – é a melhor contribuição da política monetária para o país crescer de forma sustentável, com geração de empregos e manutenção do poder de compra.

Nesse ponto, ele destacou que o regime de metas para a inflação consolidou a estabilidade monetária, após um passado de descontrole inflacionário. “Temos orgulho dessa conquista, que é resultado do amadurecimento da sociedade brasileira e que foi acompanhada pelo aprimoramento de nossas instituições.”

Guillen aproveitou ainda para colocar em destaque em seu discurso a prestação de contas feita pelo BC em documentos publicados e comunicação. A transparência, ao permitir melhor entendimento das ações da autoridade monetária e facilitar a coordenação das expectativas, também aumenta a efetividade da política monetária, pontuou.

“A autonomia será tão forte quanto for a prestação de contas e vice-versa”, afirmou o diretor de política econômica do BC. “De um lado, delega-se ao Banco Central a autonomia operacional para o cumprimento da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. De outro, cabe ao Banco Central explicar aos diferentes atores da economia e à sociedade em geral como tem conduzido suas ações para atingir os objetivos que lhe foram delegados”, acrescentou.

Por fim, Guillen assegurou que o Banco Central continuará pautando suas ações na experiência e responsabilidade de seus dirigentes, sobretudo no comprometimento institucional e na “reconhecida qualidade” do corpo técnico.