O Banco Central destacou que a aceleração do crescimento do saldo de crédito no terceiro trimestre foi acompanhada pela maioria das regiões do País, com exceção do Sudeste e Nordeste. Em boxe no Boletim Regional do período de julho a setembro, o BC mostrou que a carteira cresceu 6,2% no Norte do País, 5,6% no Centro-Oeste e 5,4% no Sul, contra 4,1% da média brasileira – acima da taxa do segundo trimestre (3,5%). No Nordeste, a alta foi de 4,5% no terceiro trimestre e, no Sudeste, mais tímida, de 2,8%.

“A aceleração do estoque de crédito decorreu, principalmente, do resultado do segmento direcionado, menos sensível ao ambiente de juros mais elevados, em contexto de maiores contratações de financiamento rural e de operações no âmbito do Pronampe”, avaliou o BC no documento. “No atual cenário, de elevação dos custos de crédito, continuou a trajetória de aumento da taxa de inadimplência, especialmente no financiamento das famílias”, completou.

Segundo o BC, no crédito para famílias com recursos direcionados, a alta sazonal nos financiamentos rurais, principalmente no Norte, Centro-Oeste e Sul se sobressaiu, assim como o financiamento imobiliário em todo o País. No crédito direcionado para empresas, o destaque foram as operações do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

No crédito livre, a autarquia afirmou que houve evolução homogênea entre as carteiras regionais no terceiro trimestre, com ênfase em operações com taxas de juros mais elevados, como o cartão de crédito financiado. “Nas contratações PJ com recursos livres, o Sudeste destoou das demais regiões, por assinalar estabilidade no saldo de crédito que refletiu, em parte, retrações nas modalidades de capital de giro e, sobretudo, no financiamento à exportação”, completou o BC.

Por atividade, o comércio foi responsável por cerca de 50% do crescimento do saldo para empresas, sendo o principal tomador nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. No Nordeste, o destaque foi o crédito para outros serviços, como saúde, locação e aluguéis, alojamento e alimentação, em linha com o dinamismo do setor. No Sul, o crédito à indústria de transformação se sobressaiu, em contraposição ao Sudeste, em que houve queda nesse segmento. Já o financiamento a empresas de transporte teve boa evolução nas duas regiões.

Inadimplência

O BC ressaltou o aumento da inadimplência no terceiro trimestre, principalmente na carteira de pessoa física, com avanço disseminado entre as regiões do País, ainda que o destaque tenha sido o Nordeste.

“No crédito corporativo, também foi observado aumento da inadimplência em todas as regiões, em especial no Centro-Oeste, com elevação expressiva já em agosto, condicionada, em especial, pelo atraso no pagamento de empréstimos para capital de giro”, explicou o órgão.