O Barômetro Global Coincidente caiu pelo oitavo mês seguido, enquanto o Barômetro Global Antecedente subiu em setembro, após a queda de agosto, informou nesta sexta-feira, 9, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Barômetro Global Coincidente caiu 0,6 ponto, para 87,9 pontos. O Barômetro Global Antecedente subiu 4,8 pontos, após uma queda de 4,3 pontos em agosto, atingindo em setembro 86,4 pontos.

“A região da Ásia foi a única a registrar avanço no Barômetro Antecedente, enquanto o resultado da Europa foi negativo, em uma conjuntura marcada pela persistência da inflação em patamares elevados, problemas climáticos e incertezas sobre o fornecimento de energia decorrentes da guerra na Ucrânia. Nesse contexto, o Barômetro Antecedente sinaliza um aumento significativo da probabilidade de reversão do ciclo econômico na região, assim como da probabilidade de desaceleração na atividade das demais regiões”, diz a nota divulgada pela FGV.

No Barômetro Coincidente Global, que procura acompanhar o ritmo da atividade econômica, duas regiões – da Ásia, Pacífico & África e da Europa – contribuíram com o mesmo -0,3 ponto para a queda. Já o indicador da região do Hemisfério Ocidental registrou estabilidade.

“A continuidade da tendência de queda no indicador global é causada em parte pelas restrições de fornecimento relacionadas à guerra no leste europeu e à desaceleração econômica na Ásia, com destaque para a China, que voltou a intensificar as medidas de restrições de mobilidade como medida auxiliar no combate ao surto de Covid-19”, diz a nota da FGV.

No desagregado por setores, a queda do Barômetro Coincidente Global foi puxada pelos setores de Serviços, Indústria e Comércio. Na contramão, os setores Construção e Economia Geral (avaliações dos consumidores e agregadas empresariais), subiram. Com o resultado, o indicador da Economia Geral sustenta o maior nível entre os setores pelo segundo mês consecutivo, informou a FGV. Já a Construção diminuiu a distância em relação aos demais.

Já a alta do Barômetro Antecedente Global, que mede as perspectivas de crescimento econômico nos próximos de três a seis meses, foi totalmente concentrada na região da Ásia, Pacífico & África, que contribuiu com 5,1 pontos para a alta agregada. A Europa e o Hemisfério Ocidental contribuíram negativamente, com quedas de -0,2 e -0,1 ponto, respectivamente.

“O indicador antecedente vem oscilando ao longo dos últimos meses, sugerindo que as expectativas de crescimento global em 2022 vêm encontrando obstáculos, como a continuidade da guerra entre Ucrânia e Rússia e da adoção de políticas monetárias mais restritivas em diversos países, para a retomada do crescimento sustentável. Tais fatores têm contribuído para manter o indicador global em região desfavorável”, diz a nota da FGV.

Já no desagregado por setores, a alta do Barômetro Antecedente Global de setembro foi quase generalizada – o setor do Comércio foi a exceção. Segundo a FGV, mesmo com a alta de setembro, os indicadores giram abaixo da média histórica de 100 pontos, com destaque negativo para as perspectivas do setor de Serviços, “cujo indicador está agora 18,8 pontos abaixo do nível neutro”.

Calculados em parceria com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique, e divulgados no Brasil pela Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, os dois indicadores são formados a partir dos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países. O objetivo é alcançar a cobertura global mais ampla possível. O Barômetro Coincidente inclui cerca de mil séries temporais diferentes, enquanto o Barômetro Antecedente compreende em torno de 600 séries temporais.