10/12/2021 - 11:17
Após quedas “expressivas” ao longo do segundo semestre, os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia ficaram “relativamente” estáveis em dezembro, informou nesta sexta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Barômetro Global Coincidente subiu 0,5 ponto em dezembro, para 107,1 pontos. O Barômetro Global Antecedente recuou 0,4 ponto, para 95,7 pontos. Foi a sétima queda seguida, o que levou o Barômetro Global Antecedente ao menor nível desde julho de 2020, no início da pandemia de covid-19, quando o indicador ficou em 83,2 pontos.
“Enquanto o avanço do Barômetro Coincidente demonstra estabilidade do nível de atividade na maior parte das regiões ao final de 2021, o novo resultado negativo para o Barômetro Antecedente incorpora os efeitos do aumento da incerteza em relação ao futuro imediato”, diz a nota da FGV, citando o surgimento da variante Ômicron do novo coronavírus como principal responsável pelo aumento da incerteza.
“Apesar da extensão da ameaça colocada pela nova variante do coronavírus ainda não ser completamente conhecida, novas restrições à mobilidade já vêm sendo adotadas em alguns locais. Esse fato pode retardar a solução dos problemas nas cadeias de suprimento de insumos, cujas pressões sobre preços já estão disseminadas, resultando em sinalizações de política monetária contracionista em vários países”, continua a nota da FGV.
No Barômetro Coincidente Global, que procura acompanhar o ritmo da atividade econômica, a Europa foi a única região a registrar “evolução positiva” em dezembro. Nas demais regiões do mundo, o indicador ficou estável. Todas as regiões ainda registram indicadores acima do nível médio histórico de 100 pontos, informou a FGV.
Do ponto de vista setorial, todos os cinco setores acompanhados na pesquisa, apenas indústria e comércio registraram alta. Segundo a FGV, “o indicador do Comércio passou a ser o maior entre os indicadores setoriais, algo que não acontecia desde outubro de 2019”.
Já no caso do Barômetro Antecedente Global, que mede as perspectivas de crescimento econômico nos próximos de três a seis meses, as regiões da Ásia, Pacífico & África e Hemisfério Ocidental contribuíram negativamente para o indicador agregado. A Europa foi a única região a contribuir positivamente, em 0,5 ponto, segundo a FGV. “Todas as regiões registram indicadores antecedentes inferiores a 100 pontos em dezembro”, diz a entidade.
Na análise setorial, houve queda em três dos cinco indicadores antecedentes setoriais acompanhados pela FGV: Serviços, Construção e Indústria. Por sua vez, os indicadores do Comércio e da Economia Geral (avaliações dos consumidores e agregadas empresariais) subiram.
“O Comércio continua sendo o setor mais otimista no curto prazo, Construção e Serviços registram nível que reflete moderação e os indicadores da Indústria e da Economia giram abaixo da média histórica de 100 pontos, sinalizando tendência de enfraquecimento contribuem negativamente para a evolução”, diz a nota da FGV.