Os números de 2010

Faturamento

Global R$ 142 bilhões

Brasil R$ 2,3 bilhões

Argentina R$ 1,4 bilhão

Chile R$ 416 milhões

Investimentos em Guaratinguetá R$ 33,3 milhões

Dos quais R$ 19 milhões em laboratórios

O avanço da produção agrícola do Brasil tem atraído cada vez mais a atenção das empresas que atuam no agronegócio, convencidas de que o País é um dos poucos capazes de suprir a crescente demanda global por alimentos. “Nos últimos cinco anos, houve um aumento de apenas 2% de área plantada, enquanto a produtividade agrícola cresceu 22%”, diz Alfred Hackenberger, presidente da Basf para a América do Sul.“Isso é extraordinário.” Philipp Rosendorfer, vice-presidente global de desenvolvimento de formulações e analítica de proteção de cultivos da Basf, faz coro com Hackenberger, enfatizando o crescente interesse da Europa e dos Estados Unidos pelas tecnologias de sementes desenvolvidas aqui.“Todos querem ter acesso a produtos que aumentem o rendimento no campo”, diz Rosendorfer.

Segundo ele, no caso da Basf, o que mais desperta a atenção de europeus e americanos é um desenvolvimento ainda não divulgado, no qual três tipos de ativos químicos foram inseridos numa única formulação visando ao aumento da produtividade. “O produto final desenvolvido no Brasil será lançado primeiro no mercado interno, mas depois será transferido para os Estados Unidos e a Europa.”

Guaratinguetá: investimento nos laboratórios, que são iguais aos da Alemanha e da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, foi de R$ 19 milhões

Produtividade: Philipp Rosendorfer enfatiza o interesse da Europa e dos Estados Unidos por tecnologias desenvolvidas no País. Todos estão de olho no avanço da produção de alimentos

É de olho nesse filão representado pelo incremento da produtividade que o grupo alemão vem investindo continuamente no complexo químico industrial de Guaratinguetá (SP), no Vale do Paraíba, o maior entre os 16 polos industriais da Basf na América Latina. Nos últimos 15 anos, a Basf investiu R$ 1,3 bilhão no complexo de Guaratinguetá. Neste ano, serão desembolsados mais R$ 33,3 milhões na ampliação de instalações. Em julho, a unidade, inaugurou um depósito automatizado, que proporciona mais velocidade de operação, na entrada e saída de produtos, e tem capacidade de carregamento de nove carretas simultaneamente.

“Para a unidade ser mais sustentável, passamos a utilizar água da chuva nos sanitários, luz solar nas áreas administrativas e sistema de ventilação natural no lugar do ar condicionado”, diz Willi Nass, vicepresidente do complexo de Guaratinguetá. A fábrica ganhou, ainda, uma nova caldeira para geração de vapor, com capacidade de produzir 45 toneladas de vapor por hora, volume 50% superior ao da antiga instalação.

“Com isso vamos gerar 2,3 megawatts de energia, que representam 20% da nossa demanda atual”, diz Nass. Segundo ele, a fábrica tem capacidade de produção de 295 mil toneladas de produtos, entre eles os que são destinados à proteção de cultivos. Guaratinguetá ganhou ainda novos laboratórios para a formulação de herbicidas, inseticidas, fungicidas e para o tratamento de sementes, avaliados em R$ 19 milhões. “São iguais aos cinco que possuímos na Alemanha e a outro na Carolina do Norte, nos Estados Unidos”, diz Nass.

No Brasil, a empresa possui ao todo dez unidades, que juntas garantiram um faturamento de R$ 2,3 bilhões em 2010, mais da metade dos R$ 4,1 bilhões faturados na região (R$ 1,4 bilhão na Argentina e R$ 416 milhões no Chile). Dona de vendas globais de R$ 142 bilhões por ano, a Basf opera em 39 países.

As receitas provenientes do agronegócio da centenária Basf representam 10% do faturamento total. Embora represente uma fatia diminuta dos ingressos da empresa, a divisão ligada ao agronegócio vem recebendo uma atenção especial, principalmente no que se refere à pesquisa e desenvolvimento (P&D). “Investimos mais de R$ 800 milhões por ano em pesquisas voltadas ao agribusiness”, afirma Rosendorfer.