16/10/2023 - 10:59
São Paulo, 16 – A Bayer anunciou que seu sistema de semeadura direta de arroz deve chegar às Filipinas a partir de 2024. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, no 6º Congresso Internacional de Arroz em Manila, onde a companhia destacou que a transição do cultivo tradicional para a semeadura direta pode reduzir o uso de água em até 40%, as emissões de gases de efeito estufa em até 45%, além de diminuir a dependência de um já escasso trabalho manual.
Na Índia, onde o método começou a ser aplicado neste ano, a companhia espera que 1 milhão de hectares e cerca de 2 milhões pequenos agricultores sejam alcançados até 2030.
Segundo a Bayer, a expectativa é de que 75% da área total de cultivo de arroz da Índia migre para a semeadura direta até 2040, em comparação com os 11% atuais.
A adesão deve ocorrer por meio do programa DirectAcres, que já está em andamento no país asiático e deve chegar a outros produtores de arroz na Ásia-Pacífico nos próximos anos, começando pelas Filipinas em 2024.
“Estamos construindo sistemas completos com base em práticas de agricultura regenerativa que criam valor tanto para os agricultores quanto para a natureza, e que ajudam a enfrentar o problema da segurança alimentar global”, disse Frank Terhorst, chefe de Estratégia e Sustentabilidade na divisão de Ciência e Saúde.
Em nota, a empresa explica que, tradicionalmente, o arroz é cultivado em mudas antes de ser transplantado para campos arados e alagados, onde permanece por meses com nível de água constante antes da colheita, quando o campo é drenado.
Hoje, cerca de 80% da produção global utiliza o método de plantação por transplante. Com o sistema de semeadura direta no solo, a Bayer espera que o cultivo possa ser realizado por máquinas, já que não seria mais necessário acumular água parada.
Sem o excesso de água, que também controla o avanço de ervas daninhas, a companhia pretende ainda desenvolver soluções de proteção de cultivos, como um herbicida de arroz.
Terceira maior cultura do mundo, o arroz sustenta mais da metade da população global, de acordo com a Bayer.
Com a expectativa de que a população mundial chegue a 10 bilhões de pessoas até 2050, estima-se que a produção do grão precise aumentar em 25% no período. No entanto, o arroz contribui com as mudanças climáticas, com estimativa de que o cultivo é responsável por 1,5% das emissões totais de gases de efeito estufa globais, 12% das emissões de metano, além de consumir até 43% por cento da água total de irrigação no mundo.
Cultivado por 150 milhões de agricultores, são necessários de 4 mil a 5 mil litros de água para produzir 1kg de arroz pelo método de transplante, disse a companhia.