O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o conjunto de indicadores econômicos divulgados nos últimos meses “corrobora o cenário de desaceleração do crescimento esperado pelo BC”.

A declaração foi citada em carta enviada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar o porquê de o índice ter terminado o ano acima do objetivo estabelecido – que era de 3,5%, com tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo. A redação da carta é determinada por lei nesses casos. Em 2022, a inflação encerrou o ano em 5,79%.

“O ciclo de elevação na taxa de juros tem atuado de forma crescente no sentido contrário, encontrando-se em território significativamente contracionista, o que deve agir para moderar o ritmo de atividade econômica”, afirma. “Em particular, a divulgação do PIB do terceiro trimestre de 2022 sinaliza uma redução no ritmo do crescimento em relação aos trimestres anteriores”.

O texto acrescenta que dados recentes mostram sinais de acomodação no mercado de trabalho. “Nas últimas leituras, a queda na taxa de desemprego teve menor magnitude e refletiu redução na taxa de participação e não aumento da população ocupada. Além disso, notou-se um menor ritmo de geração líquida de postos de trabalho formais”, completou.