A posição cambial líquida do Banco Central atingiu US$ 218,731 bilhões, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 17, pela instituição. O montante, que tem como referência o dia 11 de novembro, é maior que o saldo no fim de outubro (US$ 217,155 bilhões), mas muito inferior à posição do final de 2021 (US$ 264,495 bilhões).

A posição cambial líquida traduz o que está disponível para que o BC faça frente a alguma necessidade de moeda estrangeira – como fornecer liquidez ao mercado em momentos de crise, por exemplo. É considerado pelo órgão o indicador correto para medir a resistência do País a choques externos.

A posição leva em conta as reservas internacionais, o estoque de operações de linha do BC (venda de dólares com compromisso de recompra), a posição da instituição em swap cambial e os Direitos Especiais de Saque (DES) do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Neste ano, essa posição cambial líquida vem caindo devido ao aumento do estoque de swaps na virada do ano, relacionado ao desmonte de operações de overhedge dos bancos. Além disso, a posição de reservas internacionais também está recuando em meio ao aperto monetário global, especialmente nos Estados Unidos.

Em 11 de novembro, as reservas internacionais somavam US$ 330,560 bilhões. No fim de outubro, eram US$ 325,546 bilhões, o menor patamar desde março de 2011 (US$ 317,1 bilhões). No fim de 2021, o volume era de US$ 362,204 bilhões.

Swap

Após lucro de R$ 12,764 bilhões com sua posição em swap cambial em outubro, o Banco Central registrou resultado negativo de R$ 3,219 bilhões em novembro, até o dia 11, com estes contratos pelo critério caixa.

Pelo conceito de competência, houve perda de R$ 13,686 bilhões no período. O resultado pelo critério de competência inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data de liquidação financeira. A liquidação financeira desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte, em D+1.

Com a rentabilidade na administração das reservas internacionais, os ganhos foram de R$ 42,205 bilhões. Entram no cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os juros.

O resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo de captação, ficou positivo em R$ 34,760 bilhões em novembro, até o dia 11. Já o resultado das operações cambiais no período mostrou ganho de R$ 21,074 bilhões.

Acumulado do ano

No acumulado de 2022 até 11 de novembro, o BC registrou resultado positivo de R$ 75,668 bilhões com posição de swap cambial pelo critério caixa. Pelo conceito de competência, houve ganho de R$ 70,095 bilhões.

O BC registrou ainda no período perdas de R$ 250,828 bilhões com a rentabilidade na administração das reservas internacionais. O resultado líquido das reservas ficou negativo em R$ 366,922 bilhões no acumulado do ano. Já o resultado das operações cambiais no período ficou negativo em R$ 296,827 bilhões.

O BC sempre destaca que, tanto em relação às operações de swap cambial quanto à administração das reservas internacionais, não visa ao lucro, mas fornecer hedge ao mercado em tempos de volatilidade e manter um colchão de liquidez para momentos de crise.