11/01/2022 - 16:05
O Banco Central informou que irá divulgar nesta terça-feira, às 16h30 (de Brasília), a carta aberta ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN), o ministro da Economia, Paulo Guedes, para justificar o descumprimento da meta de inflação de 2021.
O IPCA, o índice oficial de inflação, terminou o ano passado em 10,06%, 4,81 pontos porcentuais acima da banda superior do objetivo a ser perseguido pelo BC (5,25%) – o maior desvio em quase 20 anos, já que, em 2002, o “estouro” foi de 7,03 pontos porcentuais.
A última vez que o teto da meta havia sido rompido, em 2015, a distância havia sido de 4,17 pontos porcentuais.
Conforme o Boletim Focus, o descumprimento da meta de 2021 já era esperado desde maio do ano passado, em meio ao forte encarecimento dos combustíveis, energia elétrica, e bens industriais, que depois se disseminou pelos demais preços da economia, inclusive de serviços. Naquela época, porém, o Comitê de Política Monetária (Copom) ainda insistia na avaliação de que o choque de preços era temporário, mesmo depois de seguidos meses de surpresas de alta no IPCA.
A carta aberta é uma exigência do sistema de metas, criado em 1999, quando a inflação fica fora do intervalo de tolerância, para explicar as razões do descumprimento e indicar providências para o retorno à meta, assim como o prazo para que isso ocorra.
A última carta enviada pelo BC para justificar o descumprimento do seu mandato foi relativa ao ano de 2017, mas, daquela vez, o presidente à época, Ilan Goldfajn, teve de explicar o porquê de a inflação ter ficado aquém da meta, em 2,95%.
Além de 2015 e 2002, o limite superior da meta também foi rompido em 2001 e 2003.