27/01/2023 - 13:49
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, destacou nesta sexta-feira que o crédito para as pessoas físicas (PF) voltou a mostrar mais avanço do que o das pessoas jurídicas (PJ) no ano passado. “Temos acompanhado há algum tempo esse dinamismo maior para pessoas físicas”, destacou, durante entrevista coletiva.
No total, o saldo do crédito ficou em R$ 1,3 trilhão em 2022, um aumento de 14% no ano. Tanto PJ (9,3%) quanto pessoa física (17,4%) apresentaram crescimento, mas o técnico enfatizou que houve desaceleração no ano passado em relação a 2021. No crédito total, a expansão foi de 16,3% em 2021 e de 14% em 2022. Para PJ, a taxa cedeu de 10,5% para 9,3% e, para PF, de 21% para 17,4%.
“Em geral, tivemos em 2020 a pandemia. Em 2021 houve recuperação, que continuou em 2022, mas a taxa de expansão foi um pouco menor”, afirmou.
Rocha também disse que as empresas domésticas têm apresentado alongamento de prazos para a modalidade de capital de giro. Esse movimento, de acordo com ele, está associado ao aumento de investimentos.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC ressaltou que as concessões de desconto de duplicatas de Pessoa Jurídica tiveram alta robusta. No direcionado, segundo ele, o destaque de crescimento do crédito para as empresas foi a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Isso deu uma sustentação no crescimento de crédito para Pessoa Jurídica (PJ) no direcionado em 2022”, comentou.
Juros
Fernando Rocha disse que ainda não é possível fazer um prognóstico a respeito do comportamento dos juros no curto prazo depois dos dados de dezembro apresentados mais cedo pela autoridade monetária. Ele salientou que, de maneira geral, houve um aumento das taxas ao longo de 2022, mas reduções em dezembro na comparação com novembro.
“Não sabemos se é pontual, se (a tendência de alta) já se encerrou. Não sabemos se o processo de alta continuará ou se o dado de dezembro mostrou que chegou a um teto e vai se estabilizar”, considerou.
Esse movimento das taxas de juros, conforme Rocha, se refletiu nos spreads de 2022. Da mesma forma que houve uma elevação ao longo do ano passado, as taxas se reduziram em dezembro, na margem.