O Banco Central da Suíça (SNB, na sigla em inglês) promete revisar a regulação e a supervisão bancária no país, após “acontecimentos recentes”, como a turbulência no Credit Suisse. A declaração está em relatório que registra declarações do presidente da instituição, Thomas Jordan, em reunião geral ordinária dos acionistas do SNB, realizada nesta sexta-feira, 28, em Berna.

O SNB diz que a revisão exigirá “análise aprofundada” e que pretende evitar soluções rápidas. Segundo ele, a regulação no futuro terá de levar bancos a manter ativos suficientes, nos quais possam se comprometer ou transferir um ao outro ativos sem restrições, e eles devem portanto se comprometer ou transferir ativos a qualquer momento sem restrição, e podem com isso entregar ativos como colateral para os instrumentos de liquidez existentes.

O BC suíço destaca que a compra do Credit pelo UBS muda a estrutura do setor bancário suíço. Segundo a instituição, é importante que as pessoas físicas e jurídicas no país continuem a se beneficiar de uma série ampla de serviços bancários precificados de modo eficiente. “Isso exige competição e diversidade”, afirma, fazendo uma defesa da “concorrência saudável” no setor bancário.

Ainda segundo o BC suíço, o Credit Suisse enfrentava há tempos uma perda de confiança e a perda de fundos de clientes.

A quebra do Silicon Valley Bank (SVB) nos EUA disparou uma rápida deterioração no quadro em meados de março, apesar de não haver vínculo direto entre os dois bancos, diz o BC.

O banco central argumenta que foi preciso intervir, pois o colapso do Credit Suisse “teria enviado uma onda de choques pelo sistema financeiro global”, com consequências “dramáticas” para a economia real, dentro e fora da Suíça.