O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alegou que a autoridade monetária tem adotado providências para atingir as metas de inflação de 2023, 2024 e 2025, em carta aberta enviada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para justificar o descumprimento da meta em 2022 pelo segundo ano consecutivo.

Na carta, porém, Campos Neto reconheceu que a inflação em 2023 deve se manter superior à meta estabelecida (4,75%), considerando sua projeção condicional de 5,0% para este ano. Mas, considerando as projeções para 2024 (3,0%) e 2025 (2,8%), o BC argumenta que o “cenário é de convergência da inflação para as suas metas”.

“O BC tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja as metas para a inflação estabelecidas pelo CMN, de 3,25% para 2023 e de 3,00% para 2024 e 2025. Na sua última reunião, considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75%”, diz Campos Neto, no documento.

O presidente do BC repetiu as sinalizações dadas na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de que se manterá vigilante para avaliar se a manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será suficiente para alcançar a convergência de inflação.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, disse, repetindo que não “hesitará” em retomar alta de juros se a desinflação não ocorrer como o esperado.