O Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira, 15, elevar suas taxas de juros em 50 pontos-base, após uma “substancial revisão em alta para a perspectiva na inflação” na zona do euro. Além disso, afirmou em comunicado que pretende subir mais os juros, até atingir níveis “suficientemente restritivos para com o tempo reduzir a inflação ao conter as expectativas da demanda”. Diz ainda que as decisões continuarão a depender dos dados, tomadas a cada reunião.

A taxa de refinanciamento avançará de 2,00% a 2,50%, a de depósito de 1,50% para 2,00% e a de empréstimos, de 2,25% a 2,75%. O conselho do BCE espera elevar mais os juros, com a inflação ainda “muito elevada”, bem acima da meta.

O conselho do BCE também discutiu nesta quinta princípios para normalizar seu balanço de ativos. A partir de março de 2023, o portfólio do programa de compra de ativos (APP, na sigla em inglês) será reduzido “em um ritmo mensurável e previsível”, e não será reinvestido todo o principal dos títulos que vencem, explica o BCE. O recuo será de 15 bilhões de euros ao mês em média, até o fim do segundo trimestre de 2023, e o ritmo subsequente será determinado com o tempo.

Na reunião de fevereiro, os dirigentes do BCE anunciarão parâmetros detalhados para reduzir o estoque no APP. Esse ritmo será ainda reavaliado de forma regular, a fim de garantir que siga consistente com a política monetária em geral e preserve o funcionamento do mercado.

Em relação ao Programa de Compras de Emergência de Pandemia (PEPP, na sigla em inglês), o conselho afirma que pretende reinvestir os pagamentos do principal nos ativos que vencem comprados nesse âmbito até ao menos o fim de 2024. De qualquer modo, a rolagem futura do portfólio do PEPP será gerenciada a fim de evitar interferência na política monetária, acrescenta o comunicado.