21/04/2023 - 19:31
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou nesta sexta-feira, 21, que o núcleo da inflação na zona do euro, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, ainda baixará, embora esteja mais “pegajoso” que o índice cheio. A declaração foi dada durante evento em Madri, no qual ele disse que os dirigentes pretende avaliar nas próximas semanas como turbulências recentes no setor financeiro afetam o crédito.
Guindos afirmou que a inflação “continuará a desacelerar”, mas seu núcleo “estará bem mais estável”. Ele também mencionou pedido recente de aumento de 15% por trabalhadores de um setor na Alemanha, e acrescentou que a eventual “elevação excessiva de salários pode provocar reação nossa” na política monetária.
O vice do BCE considerou que os bancos europeus são resistentes, com “altos níveis de capital e liquidez”. Ao mesmo tempo, defendeu que não exista complacência para regular o setor financeiro. Guindos notou que os problemas de liquidez são exacerbados na atualidade, por dois fatores: a digitalização; e a combinação com as redes sociais, este ponto mais evidente no caso do Silicon Valley Bank (SVB). E também comentou que, se não tivesse havido sua venda ao UBS, anunciada num fim de semana, “na segunda-feira o Credit Suisse não teria podido abrir”.
Sobre a economia, Guindos destacou o fato de que a zona do euro escapou da recessão, que chegou a ser prevista pelo próprio BCE, com estagnação no quarto trimestre e perspectiva de crescimento positivo no primeiro trimestre, embora em nível modesto.