O juro terminal projetado pelos mercados para o atual ciclo de aperto do Banco Central Europeu (BCE) não seria suficiente para que a entidade retorne a inflação da zona do euro à meta de 2%, o que indica que mais aperto das condições financeiras será necessário, de acordo com a presidente do BCE, Christine Lagarde.

Durante coletiva de imprensa após a decisão de juros da entidade, ela rejeitou a ideia de que a alta de 50 pontos-base definida nesta quinta-feira representa uma mudança de postura ou uma moderação do aperto monetário. “Qualquer que acha isso está errado. Estamos prontos para um ‘jogo longo'”, reforçou.

Segundo ela, houve apoio de “ampla maioria” dos dirigentes do BCE para a alta anunciada hoje. Ao mesmo tempo, eles concordaram que a autoridade monetária deve persistir na sua postura dura atual, ainda que alguns participantes da reunião de hoje prefeririam subir os juros um “pouco mais ou menos”.

O aperto monetário se dará também por meio da redução do balanço de ativos da entidade, cujos detalhes serão divulgados na reunião de fevereiro, com previsão de início do processo em março, segundo Christine Lagarde.

A presidente do BCE repetiu que a redução será feita de forma “ordenada e previsível”.

Christine Lagarde ainda abordou a regulação de “criptoativos”, que de acordo com ela deve ser feito em âmbito global.