Com crescimento acelerado ao longo do último ano, o Bitz, carteira digital do Bradesco, quer ganhar mais espaço junto à população de baixa renda. No final de julho, a empresa fechou uma parceria com a organização não-governamental (ONG) Gerando Falcões para levar a marca a cerca de 1,8 mil comunidades do País.

Na parceria, os líderes ligados às 320 ONGs conectadas à Gerando Falcões vão atuar como facilitadores da abertura de contas no Bitz. Cada conta aberta gerará uma comissão financeira à ONG responsável. A ideia é bancarizar a população das regiões e também gerar renda para os projetos sociais envolvidos.

“O Bitz tem duas facetas. Uma delas é criar um produto que seja sucesso de mercado, mas tem uma faceta de inclusão”, diz o CEO do Bitz, Curt Zimmermann. “É uma carteira digital que não custo, não cobramos por quase nenhuma transação. Sempre teve o princípio de dar acesso ao sistema financeiro.”

No quebra-cabeças digital montado pelo Bradesco, o Bitz tem a ideia de servir a clientes de mais baixa renda e faixa etária menor. Portanto, faz sentido à carteira aliar-se à Gerando, que tem capilaridade em comunidades e está presente junto a esse público.

Hoje, cerca de 74% da base de clientes do Bitz tem menos de 34 anos de idade, sendo que os clientes com menos de 25 anos somam 45% do total. A renda média dos clientes da carteira é de um a dois salários mínimos ao mês, o que inclui muitas pessoas com renda informal. Um perfil bastante diverso do encontrado nas contas do Bradesco.

A parceria com a Gerando tem outras duas frentes. Em uma delas, a carteira digital vai oferecer um curso de formação financeira mínima para gestores de ONGs. Em outra, um botão no aplicativo permitirá doações diretas para a Gerando, sem taxas para a ONG ou para o usuário.

Crescimento

De acordo com dados do Bradesco, o Bitz encerrou o segundo trimestre com 8,3 milhões de contas, expansão de quase oito vezes em um ano. Levantamentos de mercado têm apontado, mês após mês, que a plataforma cresce em downloads e também em usuários ativos.

Nesta segunda métrica, somava 4,2 milhões em julho, segundo dados da consultoria Sensor Tower compilados pelo Bank of America. Era um crescimento de 451% em um ano, e que colocava o Bitz à frente de neobancos como o próprio Digio, Neon e Original.

Segundo Zimmermann, o rápido crescimento tem surpreendido – positivamente – a equipe. O Bitz foi lançado em 2020, em meio à pandemia. “Primeiro, achamos que iria crescer super rápido. Depois, veio a pandemia e achamos que não iríamos crescer nada”, diz ele. “Invariavelmente, mês após mês, temos conseguido angariar mais clientes do que esperávamos.”

O executivo considera que esse crescimento ajuda inclusive a atrair parcerias com ONGs. “Isso também traz conforto para a Gerando, de que está entrando em um produto que tem apelo e que está se mostrando viável”, pontua.