São Paulo, 27 – A Boa Safra Sementes registrou lucro líquido de R$ 105,259 milhões no quarto trimestre de 2022, 241% maior do que o apurado em igual período de 2021. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no período foi de R$ 118,786 milhões, aumento de 171,3% ante o valor verificado no intervalo correspondente de 2021.

A receita líquida no último trimestre do ano passado foi de R$ 690,117 milhões, 71,1%superior ao montante de um ano antes. A margem líquida aumentou 7,6 pontos porcentuais entre o quarto trimestre de 2021 e o quarto trimestre de 2022, de 7,6% para 15,3%.

Em seu comunicado de resultados, a companhia reforçou que é no último semestre que ocorre a geração de quase todo seu faturamento, por ser o período em que produtores começam o plantio da soja, retiram as sementes dos armazéns da empresa e os pedidos em carteira se transformam em vendas efetivas. Já no primeiro e segundo trimestres estão concentrados os investimentos, já que a companhia se dedica à produção e à estocagem da semente de soja.

No ano de 2022, a Boa Safra registrou lucro líquido de R$ 175,292 milhões com margem líquida de 9,9%, montante 37,1% superior ao apurado no ano de 2021, de R$ 127,819 milhões, mas com margem líquida 2,3 pontos porcentuais menor do que a de 12,2% contabilizada em 2021. O Ebitda ajustado no ano somou R$ 202,399 milhões, 32,9% superior aos R$ 151,136 milhões de um ano antes – a margem Ebitda ajustada também caiu entre 2021 e 2022, de 14,5% para 11,4%. Já a receita líquida aumentou 69,6% em 2022, para R$ 1,771 bilhão, ante R$ 1,044 bilhão em 2021.

“O lucro líquido da companhia (no ano) teve variação positiva devido ao aumento de volume e do preço médio de venda da semente e dos grãos entre 2021 e 2022. Ao analisar o lucro líquido entre 2020 e 2022, observamos que a companhia alcançou uma variação positiva de 150%”, explica a Boa Safra no documento.

Em 2022, a Boa Safra vendeu 136 mil big bags (o equivalente a 5 milhões de sementes de soja), volume que representa um aumento de 30,8% em comparação às vendas no ano anterior. Tendo em vista que a área plantada no Brasil cresceu 6,7% entre as safras 2020/21 e 2021/22, a empresa cresceu 24% acima do mercado. Com isso, a companhia também elevou sua participação no mercado de sementes, de 6,1% em 2021 para 7,4%, mantendo sua liderança, de acordo com o release de resultados.

A Boa Safra destacou que dos 136 mil big bags vendidos, aproximadamente 124 mil tinham biotecnologia em sua genética, 47,6% a mais do que o volume vendido em 2021. Além disso, 37,7 mil big bags vendidos em 2022 tiveram tratamento de sementes industrial (TSI), 80% acima do volume de 2021. Atualmente, 27,7% das sementes vendidas pela empresa têm TSI.

“Juntos, esses números levaram a Boa Safra a alcançar novos recordes, um lucro líquido de R$ 175 milhões e investimentos de R$ 240 milhões permitindo à companhia iniciar o ano de 2023 com disponibilidades de R$ 321 milhões e nova capacidade de mais de 200 mil big bags”, afirmou a empresa. As disponibilidades de R$ 321,733 milhões registradas ao fim do quarto trimestre de 2022 superam em 13,2% o valor apurado ao fim de 2021.

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No ano passado, a Boa Safra entregou os centros de distribuição de Sorriso (MT) e Balsas (MA) e uma unidade de beneficiamento de sementes (UBS) em Jaborandi (BA). Também avançou nas obras da UBS em Primavera do Leste (MT). As novas estruturas permitirão à empresa elevar sua capacidade instalada de produção de 170 mil big bags em 2022 para 200 mil big bags até o fim de 2023.

No comunicado, a Boa Safra chama ainda atenção para o lançamento de um Fiagro, pelo qual captou R$ 300 milhões, que “adiciona solidez financeira”. “Quando consideramos as cotas do Fiagro que são da Boa Safra e que ainda não foram vendidas, temos uma adição de liquidez de R$ 185 milhões, o que indicaria uma posição de caixa de R$ 507 milhões”, diz a empresa.

Sobre a aquisição da Bestway Seeds, a empresa destaca que a operação abre uma “nova potencial avenida de crescimento” na cultura do milho, a segunda maior do Brasil. A empresa disse que, com a compra, a sazonalidade dos investimentos (no primeiro semestre) e receitas (na segunda metade de ano) da companhia deve ser “suavizada”, à medida que a cultura do milho semente se tornar mais representativa no portfólio.