O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido exiba crescimento de 0,2% no quarto trimestre, acima da alta de 0,1% projetada por ele em agosto. A instituição publica nesta quinta-feira (3) projeções atualizadas da economia, junto com sua decisão de política monetária. Em todo o ano de 2023, ele espera contração de 1,5%, o mesmo resultado da previsão de agosto.

No terceiro trimestre do ano atual, o BC acredita que a economia do país tenha sofrido contração de 0,5%. Caso a trajetória prevista pelo mercado se cumpra, a recessão do Reino Unido duraria oito trimestres, segundo ele.

Já o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido deve crescer 10,9% no quarto trimestre do ano atual. Na projeção de agosto, a expectativa era de alta de 13,1%. Já no quarto trimestre de 2025 a inflação deve estar abaixo da meta do BoE, caso a taxa de juros seja mantida em 3,00%, mostram as projeções.

A taxa de desemprego no quarto trimestre de 2022 deve estar em 3,7% no Reino Unido, projeta o BoE, mantendo a expectativa de agosto. No quarto trimestre de 2025, a taxa de desemprego no país deve avançar a 6,5%, acredita o BC.

O BoE diz ainda ver a taxa básica de juros avançando menos do que o hoje projetado pelos mercados.

Com informações da Dow Jones NewswiresP

Políticas fiscais

As políticas fiscais da ex-primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss, que renunciou após enfrentar forte rejeição a seus planos, provocaram um “questionamento” sobre a estabilidade política do país, e isso terá um “impacto prolongado”, de acordo com o presidente do BoE, Andrew Bailey.

Em coletiva de imprensa após a decisão monetária de hoje, Bailey lembrou que houve alta volatilidade nos mercados britânicos recentemente, em um momento que a economia enfrenta o choque que mais afeta a renda da população desde a década de 1970, segundo ele.

Apesar disso, Bailey reforçou a necessidade por elevar os juros para controlar a inflação. Não fazer isso “pioraria o problema”, alertou. Entre as políticas fiscais em vigor, o alívio do custo de energia aos britânicos deve pressionar a inflação e sustentar o consumo, disse o dirigente.